Uma equipe de cientistas descobriu um planeta raro, “leve e fofo” como o “algodão-doce” e quase 50% maior que Júpiter. Batizado “WASP-193b”, o astro está localizado a mais de 1,2 mil anos-luz da Terra.
Conforme o site Science Alert, os cientistas informam que a densidade do planeta corresponde a “um fio de cabelo sobre 1% da densidade da Terra”.
Leia também: “Estrela falhada emite ondas de rádios mais frias já observadas”
Assim, o planeta pode ser comparado a um algodão-doce. Os pesquisadores registraram a descoberta no site arXiv, em 17 de julho, em um artigo ainda não revisado por pares.
Para encontrar o planeta, os astrônomos estudaram como a luz da estrela em que ele orbita, chamada de WASP-193, muda à medida que o planeta gira em torno dela. Dessa forma, a equipe descobriu que o raio do exoplaneta é por volta de 1,46 vezes o de Júpiter.
Com essas medições, os cientistas determinaram que a densidade do “planeta algodão-doce” é de 0,059 gramas por centímetro cúbico. É um número bem pequeno, se comparado com a densidade da Terra, que é de 5,51 gramas por centímetro cúbico, e a de Júpiter, com 1,33 gramas por centímetro cúbico.
O que explica a densidade baixa do “planeta algodão-doce”
Uma hipótese acerca da baixíssima densidade do astro seria a proximidade de sua estrela, que pode aquecer a atmosfera e, assim, inflá-la. Isso ocorrerá especialmente se boa parte dela for constituída de hidrogênio e hélio.
Um astro só teria essa densidade em milhões de anos ou mais se a estrela for mais jovem e mais quente. Além disso, o calor e os ventos do luzeiro poderiam acabar rapidamente com uma atmosfera tão tênue.
Leia também: “Asteroide é descoberto dias depois de ter passado pela Terra”
Acredita-se que a estrela “WASP-193” tenha por volta de 6 bilhões de anos e que possua algum mecanismo para o calor interno inflar a atmosfera de seu planeta.
De acordo com os pesquisadores, o “planeta algodão-doce” orbita a estrela bem mais de perto do que qualquer um dos planetas do Sistema Solar e aproxima-se dela a cada 6,25 dias.
Astros como o WASP-193b são incomuns, mas não inéditos. Em 2019, observações do Telescópio Hubble confirmaram a existência de planetas desse tipo, que normalmente possuem o tamanho de Júpiter, mas com menos de um centésimo de sua massa.