O presidente da Rússia, Vladimir Putin, busca ter controle sobre o exército particular do Grupo Wagner. Ele também quer ficar à frente das atividades econômicas que envolvem contratos nos Emirados Árabes e em países africanos.
O presidente russo ordenou publicamente a todos os membros do Grupo Wagner e de outras organizações militares privadas atuantes no país a prestarem juramento de lealdade ao Estado russo, na sexta-feira 25. Ele assinou decreto que se aplica a qualquer pessoa que participe em atividades militares na Ucrânia, auxilie o exército ou sirva em unidades de defesa territorial.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Putin agora quer o controle total sobre os estimados 25 mil homens do Wagner e, consequentemente, teria a possibilidade de fiscalizar os contratos “nebulosos” que eles têm com empresas nos Emirados Árabes Unidos e em outros países livres das sanções que a Rússia sofre devido à guerra na Ucrânia.
Na semana passada, um dos dez ministros-adjuntos da Defesa da Rússia fez uma inédita visita à Líbia. A autoridade russa avisou que os mercenários sairiam do país árabe até setembro — e que forças regulares de Moscou os substituiriam.
Diversos outros locais estratégicos e mercados que eram controlados pelo Grupo Wagner na África estão sob o radar do presidente russo.
O destino trágico dos desafetos de Putin
A aliança de décadas entre Putin e Yevgeny Prigozhin entrou em rota de colisão em junho. As tensões se tornaram um conflito público que perdurou por meses e culminaram na queda do jato particular, na quarta-feira 23, em que o líder mercenário estava a bordo, junto com outras nove pessoas. Não houve sobreviventes do acidente.
O presidente russo já acumula diversas outras mortes suspeitas de seus desafetos políticos. As vítimas envolvem políticos, magnatas, empresários e até jornalistas. Desde quedas acidentais de janelas a enforcamentos, envenenamentos e problemas de saúde, o destino é trágico ao se defrontar com Vladimir Putin.