Rússia acusa Reino Unido de coordenar ataques a gasodutos

O porta-voz do governo da Rússia, Dmitry Peskov, afirmou nesta terça-feira, 1º, que os serviços russos de Inteligência têm “provas que sugerem que o ataque aos gasodutos Nord Stream 1 e 2 foi dirigido e coordenado por especialistas militares britânicos”. No começo de setembro, os gasodutos, que vão da Rússia ao norte da Alemanha, sob o Mar Báltico, foram danificados em quatro pontos, possivelmente por explosões.

Peskov disse que a Rússia considera “novos passos” para dar em resposta à sabotagem supostamente feita por parte dos britânicos. “Essas ações não podem ficar sem resposta. Vamos refletir sobre as medidas a serem tomadas”, declarou.

No sábado 29 de outubro, o Exército russo já tinha acusado as autoridades britânicas de estarem envolvidas nas explosões dos gasodutos. “Representantes de uma unidade da Marinha britânica estiveram envolvidos no planejamento, no fornecimento e na execução do ato terrorista no Mar Báltico em 26 de setembro para minar os gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2”, afirmou naquela data o Ministério da Defesa da Rússia, em uma publicação no Telegram, sem dar detalhes.

O Ministério da Defesa do Reino Unido negou qualquer envolvimento, dizendo que se trata de “afirmações falsas”, com a intenção de “desviar atenções”.

Depois dos ataques, países do Ocidente acusaram a Rússia de ser a autora dos atos de sabotagem, como forma de pressionar os países mais dependentes de gás russo. O governo de Vladimir Putin nega qualquer participação nos atos e disse que investigaria os danos e os autores.

Nenhum dos gasodutos fornece gás à Europa. O Nord Stream 2 está desativado e o 1 teve o abastecimento cortado pela Rússia no início de setembro.