A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse nesta quinta-feira, 11, que a ameaça militar da China não diminuiu, apesar de o país vizinho ter anunciado na quarta-feira 10 o fim dos exercícios militares iniciados há uma semana ao redor da ilha. Embarcações e aeronaves chinesas foram vistas em espaço taiwanês nesta quinta-feira, disse o governo da ilha.
As ações militares chinesas – com uso de munição real e mísseis – começaram depois que Taiwan recebeu a visita da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, o que desagradou profundamente o Partido Comunista Chinês, que considera a ilha sua propriedade.
Enquanto a China foi ostensiva na última semana, sobrevoando a ilha e simulando ataques ao país vizinho com navios de guerra, Taiwan também vem realizando exercícios anuais de escala relativamente pequena, destinados a se preparar para repelir uma eventual uma invasão.
Segundo um comunicado do gabinete presidencial, Tai disse a oficiais da Força Aérea que “a ameaça da força militar chinesa não diminuiu” e que defenderá o país. “Taiwan não aumentará o conflito nem provocará disputas. Mas defenderemos firmemente nossa soberania e segurança nacional e vamos aderir à linha de defesa da democracia e da liberdade”.
O Ministério da Defesa de Taiwan disse em comunicado que detectou, nesta quinta-feira, 21 aeronaves militares chinesas e 6 navios navais chineses dentro e ao redor do Estreito de Taiwan, dos quais 11 aviões cruzaram a linha mediana entre os países. Outras embarcações da Marinha chinesa foram observadas na costa leste de Taiwan, perto da ilha japonesa de Yonagunim, que fica a cerca de 100 quilômetros de Taiwan.
Taiwan vive sob a ameaça de invasão chinesa desde 1949, quando membros do governo nacionalista, depois da guerra civil da China e da implantação do regime comunista, fugiram para a ilha.
A China diz que suas relações com Taiwan são um assunto interno e se reserva o direito de colocar a ilha sob seu controle, pela força, se necessário. O governo eleito de Taiwan diz que a República Popular da China nunca governou a ilha, portanto não tem o direito de decidir seu futuro ou reivindicá-lo para si.
“Diante das recentes provocações militares da China, as Forças Armadas do país estão na linha de frente, e seus deveres só serão mais onerosos e a pressão será ainda maior”, acrescentou Tsai.