Donald Trump toma posse como 47º presidente dos EUA; Oeste realiza cobertura especial

Dia de mudança de poder na maior potência militar e econômica mundial. O democrata Joe Biden, que desistiu de tentar a reeleição, deixa oficialmente o cargo de presidente dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 20. Depois de vencer a eleição de novembro, o republicano Donald Trump reassume a função.

Com cobertura especial, Oeste acompanha a posse de Trump e do vice-presidente J. D. Vance. A partir das 13h, o canal da revista no YouTube fará transmissão ao vivo, com a presença de Ana Paula Henkel, colunista da publicação digital e comentarista do programa Oeste Sem Filtro, diretamente de Washington D. C.. Além dela, a cobertura contará com comentários de Adalberto Piotto, Carlo Cauti, Leandro Ruschel, Marcelo Suano e Rodrigo Constantino. A apresentação ficará por conta da jornalista Paula Leal.

A sequência de eventos relacionados à posse de Trump começa na parte da manhã. Inicialmente, o republicano irá a uma cerimônia na Igreja Episcopal de São João, que fica em frente à Casa Branca. Depois, ainda na condição de presidente eleito, irá, ao lado da mulher, Melania, tomar um chá com Joe e Jill Biden.

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Posteriormente ao chá com o casal Biden, espera-se uma curta apresentação musical, com a cantora Carrie Underwood. Ela, que é uma das estrelas do country norte-americano, deverá cantar America the Beautiful. A expectativa é a de que o grupo Village People também participe em algum momento, com direito à música YMCA, que foi amplamente usada pelo republicano durante a disputa eleitoral do ano passado.

“Amo nosso país e estou honrada por ter sido convidada para cantar na posse e ser uma pequena parte deste evento histórico”, disse Carrie, que venceu o reality show musical American Idol, em 2005, e desde 2013 é a voz da canção Waiting All Day For Sunday Night, que divulga a transmissão televisiva de jogos no domingo à noite da National Football League, a liga profissional de futebol americano nos EUA. “Estou honrada em atender ao chamado em um momento em que todos nós devemos nos unir no espírito de unidade e olhando para o futuro.”

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Às 14h (pelo horário de Brasília), Trump terá de marcar presença no Capitólio, sede do Congresso norte-americano. Neste momento, ele tomará posse de facto como o 47º presidente da história dos Estados Unidos da América, assim como Vance passará a ser o 50º vice-presidente do país. Enquanto isso, Biden e a vice Kamala Harris, que perdeu a eleição para o republicano, se despedem da Casa Branca.

Trump no comando dos EUA

Os primeiro momentos do novo mandato de Donald Trump como presidente dos EUA deverá ir além de ações meramente protocolares. Ainda no Capitólio, precisamente no gabinete conhecido como “Sala do Presidente”, ele assinará nomeações e oficializará outras medidas. Pela rede Truth Social, avisou que vai assinar ordem que permita que o TikTok siga a atuar nos EUA — e aproveitou para registrar o interesse de que uma empresa norte-americana compre metade das ações no país da plataforma, que é de origem chinesa.

Na parte de nomeações, alguns futuros integrantes do governo se destacam. O empresário Elon Musk, por exemplo, vai comandar do Departamento de Eficiência Governamental, órgão a ser criado pelo republicano. Senador pela Flórida, Marco Rubio assumirá o cargo de secretário de Estado. Susie Wiles será a primeira mulher da história dos EUA a ser chefe de gabinete da Casa Branca. Já Robert F. Kennedy Jr. será o secretário de Saúde.

Confira, abaixo, os principais nomes que irão compor a equipe do novo governo Trump:

• Secretário de Estado — Marco Rubio;
• Secretário do Tesouro — Scott Bessent;
• Chefes do Departamento de Eficiência Governamental — Elon Musk e Vivek Ramaswamy;
• Chefe de Gabinete da Casa Branca — Susie Wiles;
• Secretário de Saúde — Robert F. Kennedy Jr.;
• Secretário de Defesa — Pete Hegseth;
• Procuradora-geral do Departamento de Justiça — Pam Bondi;
• Secretária do Trabalho — Lori Chávez-De Remer;
• Secretário do Interior — Doug Burgum;
• Secretária da Agricultura — Brooke L. Rollins;
• Secretário de Habitação — Scott Turner;
• Chefe do Departamento de Transportes — Sean Duffy;
• Secretário de Energia — Chris Wright;
• Chefe do Departamento de Educação — Linda McMahon;
• Secretário para Assuntos dos Veteranos — Doug Collins;
• Secretária de Segurança Interna — Kristi Noem;
• Embaixadora dos EUA nas Nações Unidas — Elise Stefanik;
• Administrador da Agência de Proteção Ambiental — Lee Zeldin;
• Diretora de Inteligência Nacional — Tulsi Gabbard;
• Chefe da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (órgão mais conhecido pelo acrônimo Nasa) — Jared Isaacman;
• Diretor da Agência Central de Inteligência (órgão mais conhecido pela sigla CIA) — John Ratcliffe; e
• Diretor do Departamento Federal de Investigação (órgão mais conhecido pela sigla FBI) — Kash Patel.

Além das nomeações e da ordem para restabelecer o funcionamento do TikTok nos EUA, Trump será responsável por mais assinaturas, o que irão ocorrer no gabinete oficial do presidente dos EUA, local popularmente chamado de Salão Oval. Essa ação irá ocorrer depois de o republicano participar do almoço oferecido pelo Comitê Conjunto do Congresso sobre Cerimônias Inaugurais e do desfile presidencial pela Avenida Pensilvânia.

Espera-se que, não necessariamente em seu primeiro dia de governo, Trump mude algumas medidas então impostas pelo Partido Democrata no decorrer dos últimos quatro anos. Durante a campanha, reforçou a ideia de voltar a deportar imigrantes que estejam de forma ilegal no território norte-americano. Além disso, tornou público o interesse de ajudar a dar fim às duas guerras das quais os EUA estão participando financeiramente: a da Ucrânia contra a Rússia e a de Israel contra o grupo terrorista Hamas. Também avisou que irá anistiar réus envolvidos no protesto de 6 de janeiro de 2021, quando manifestantes invadiram o Capitólio.

No que pode impactar diretamente o Brasil, Trump ameaçou taxar em 100% países do Brics caso o bloco crie uma moeda para substituir o dólar no comércio exterior. A ideia de descartar a moeda norte-americana em operações envolvendo os membros do grupo partiu do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Líderes mundiais prestigiam posse

Por falar em Lula, Trump não o convidou para a posse. Em contrapartida, o republicano convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-chefe do Poder Executivo do Brasil, no entanto, não viajou aos EUA. Isso se deu porque o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, não devolveu o passaporte dele. Para a cerimônia em Washington, Bolsonaro será representado pela mulher, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“Sentimento de tristeza, mas nós temos certeza que Jair Messias Bolsonaro, que teve 58 milhões de votos, está sendo perseguido pelo Judiciário”, disse Michelle, ao desembarcar na capital dos EUA. “Era para ele estar aqui, ele é amigo do presidente Trump, amigo da América, e gostaria muito de estar presente nesse momento tão importante que vai ser a posse do presidente.”

Sem Lula e sem Bolsonaro, outras autoridades brasileiras estarão na posse do republicano. Ao todo, 21 deputados federais estão nos EUA para o evento. A maioria é do PL, mesmo partido do ex-presidente da República.

1. Adilson Barroso (PL-SP);
2. Bia Kicis (PL-DF);
3. Cabo Gilberto Silva (PL-PB);
4. Capitão Alden (PL-BA);
5. Carla Zambelli (PL-SP);
6. Coronel Chrisóstomo (PL-RO);
7. Coronel Fernanda (PL-MT);
8. Eduardo Bolsonaro (PL-SP);
9. Giovani Cherini (PL-RS);
10. Gustavo Gayer (PL-GO);
11. Joaquim Passarinho (PL-PA);
12. Luiz Philippe de Orleans (PL-SP);
13. Marcel van Hattem (Novo-RS);
14. Marcos Pollon (PL-MS);
15. Mario Frias (PL-SP);
16. Mauricio Marcon (Podemos-RS);
17. Mauricio do Vôlei (PL-MG);
18. Messias Donato (Republicanos-ES);
19. Sargento Gonçalves (PL-RN);
20. Silvia Waiãpi (PL-AP); e
21. Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).

A cerimônia de posse também contará com líderes estrangeiros. A lista de convidados conta com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, e a primeira-ministra da Itália, Georgia Meloni. Reconhecido pelos EUA como o verdadeiro vencedor da última eleição presidencial da Venezuela, Edmundo González também recebeu convite para o evento.

O presidente da Argentina, Javier Milei, é outro que viajou aos EUA. Ele criticou a ausência de Bolsonaro. “É meu amigo”, disse o argentino, conforme mostra vídeo que circula nas redes sociais. O libertário culpou o petista pela impossibilidade da viagem do ex-presidente do Brasil. “Lamento muito que o regime Lula não o tenha deixado vir.”

O 47º presidente norte-americano

Com a posse nesta segunda-feira, Donald Trump torna-se o 47º presidente dos Estados Unidos. Como foi eleito em 2016 (45º presidente), mas perdeu a reeleição em 2020, ele passa a ser apenas o segundo político da história norte-americana a aparecer duas vezes na lista presidencial. Antes dele, apenas o democrata Grover Cleveland havia saído e voltado ao cargo. Cleveland foi o 22º e o 24º presidente dos EUA.

Apesar de não governar por oito anos consecutivos, Trump não poderá se candidatar mais uma vez à função de presidente dos EUA. A Constituição norte-americana proíbe, por meio de sua 22ª Emenda, que uma mesma pessoa comande a Casa Branca por mais de dois mandatos. A regra entrou em vigor em 1951, depois de o democrata Franklin D. Roosevelt se eleger quatro vezes, ficando no cargo de 4 de março de 1933 até o dia de sua morte, 12 de abril de 1945.

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