O Congresso Nacional adiou a sessão da CPMI do 8 de Janeiro, que deveria acontecer na manhã desta quinta-feira, 1°, para a terça-feira 6. A votação no Senado da medida provisória (MP) dos ministérios — nos últimos minutos do segundo tempo —, foi o que motivou a mudança.
A tática para aprovar a matéria, que vence à meia-noite de hoje, funcionou. Os senadores entregaram 51 votos ao presidente Lula. O texto aumenta de 23 pastas para 37. Segundo a Casa, o regimento proíbe reuniões de Comissões durante a realização da ordem do dia.
O plano de trabalho da CPMI do 8 de Janeiro seria apresentado hoje pela relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA) — aliada do ministro da Justiça, Flávio Dino.
Na quarta-feira 31 (um dia antes do adiamento da sessão), o jornal O Globo revelou que o general Dias, ex-ministro do GSI, falsificou um relatório de Inteligência fornecido à Câmara dos Deputados. O documento se refere aos atos de vandalismo que aconteceram na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro.
A Abin elaborou dois relatórios sobre o episódio. A comparação desse material mostra que Dias teria retirado de um dos documentos os registros de que ele foi informado dos riscos de invasão das sedes dos Três Poderes.
Parlamentares que tiveram acesso ao material adulterado constataram que o documento não mostra os 11 alertas que o general Dias recebeu no celular entre 6 e 8 de janeiro.
O relatório foi entregue à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional e assinado pelo diretor-adjunto de Dias, Saulo Moura da Cunha. Até o momento, Dias é alvo de 15 requerimentos na CPMI. Agora a expectativa é que o plano de trabalho do colegiado seja apresentado na próxima semana.
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Que decepção este resultado