A diretora da ONG Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Ritaumaria Pereira, se negou a informar quanto recebe de salário. Ela prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o terceiro setor na floresta, nesta terça-feira, 19.
Ritaumaria limitou-se a dizer que a ONG tem 47 funcionários, que recebe dinheiro do Fundo Amazônia e que não cometeu irregularidades.
De acordo com o presidente da CPI, senador Plínio Valério (PSDB-AM), o Imazon pagou R$ 700 mil em um curso de três dias voltado a capacitar 152 técnicos.
Conforme Valério, o valor faz parte de um montante ainda maior, de um contrato de R$ 1,6 milhão, com duração entre 2016 e 2022, voltado a capacitar esses profissionais que atuam na floresta. Em linhas gerais, foram R$ 10,5 mil destinados para cada profissional.
A diretora do Imazon teve dificuldades para responder às perguntas de Valério sobre o curso oferecido pela ONG ao qual a CPI tem dúvidas.
Segundo o congressista, há iniciativas semelhantes no Estado que custam bem menos que o curso oferecido pelo Imazon.
ONG admite à CPI que não acabou com pobreza em mais de 20 anos de existência
Interpelada sobre a mitigação da pobreza na região, Ritaumaria admitiu que o Imazon não conseguiu acabar com a miserabilidade dos indígenas. O Imazon existe desde 1990. Do Fundo Amazônia, criado em 2008 e abastecido majoritariamente com dinheiro da Alemanha e da Noruega, nos últimos anos, a ONG recebeu R$ 40 milhões para fazer projetos em prol da região.
Relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) obtidos por Oeste mostram que a ONG é citada como “a serviço dos Estados Unidos”, sobretudo por ser financiada por instituições governamentais e privadas daquele país. Entre outras atribuições, o Imazon mapeia, via satélite, a Floresta Amazônica e elabora “pesquisas” sobre o bioma. Nos documentos da Abin, há a observação segundo a qual aquele governo discorda de obras de infraestrutura do governo federal na Amazônia, como usinas hidrelétricas e rodovias.
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