Lira diz que o governo será culpado se MP dos ministérios for reprovada

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que, caso a medida provisória (MP) dos ministérios não seja aprovada nesta quarta-feira, 31, é culpa do governo Lula. A jornalistas, o deputado alagoano teceu críticas à gestão petista e explicou que fez o possível para ajudar.

“O problema não está na Câmara ou no Congresso, está no governo, na falta ou ausência de articulação”, declarou Lira. ” Não tenho como desempenhar o papel do governo para conduzir as matérias deles. Há uma insatisfação generalizada dos deputados e, talvez, dos senadores com a falta de articulação política do governo. O governo não se organizou até agora. Se hoje o resultado não for de aprovação ou de votação da medida provisória, a Câmara não será responsável pela falta de organização política do governo.”

O governo enfrenta uma prova de fogo para aprovar a matéria, pois a MP caduca na quinta-feira 1°. Desse modo, o texto tem apenas um dia e algumas horas para ser aprovado na Câmara e no Senado.

A medida aumentou de 23 para 31 ministérios na terceira gestão petista. Na prática, o número é ainda maior: 37, pois existem seis órgãos com status de ministérios. Caso a MP não seja pautada ou reprovada, 14 ministérios deixariam de existir.

Inicialmente, o texto substitutivo do relator deveria ser votado na noite da quarta-feira 30. Contudo, Lira adiou a votação para hoje. A avaliação era que o clima não estava bom para o governo, e a MP poderia ser reprovada.

O fato preocupou o governo petista, que agora corre contra o tempo a fim de aprovar a matéria nas duas Casas o mais rápido possível. Até mesmo a discordância em relação ao relatório, produzido pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), foi deixada de lado para aprovar a questão.

Nesta manhã, os líderes da base governista se reuniram com Lira a fim de angariar votos para a MP dos ministérios. Na ocasião, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), fez um apelo aos demais colegas.

Lira ainda conversou com Lula por meio de uma ligação. O líder do “superbloco”, Felipe Carreras (PSB-PE), disse que o deputado alagoano se reuniria com o presidente nesta tarde. Lira, porém desmentiu a informação — que também foi veiculada por colunistas.

“O presidente Lula me ligou de manhã, nós conversamos e eu expliquei para ele as dificuldades que o governo dele tem e precisa que a imprensa trate isso com clareza”, disse Lira. Ele ainda declarou que o governo tem apenas 130 votos na Casa — mas precisa de 257 votos para aprovar a proposta.

Caso o governo perceba que não tem votos suficientes, há a possibilidade de adiar a votação para amanhã. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sinalizou que pode votar a medida amanhã, caso a Câmara aprove. Pacheco ainda suspendeu a sessão de hoje na Casa a fim de juntar esforços.

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