A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs deve intensificar os trabalhos, a partir da próxima semana, para ser também possível ouvir a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, conselheira honorária do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O Ipam é uma das organizações na mira da CPI, por supostos abusos.
Os depoimentos, que desde o início dos trabalhos do colegiado ocorrem apenas às terças-feiras, podem ganhar mais um dia na semana. A previsão é que a audiência com Marina ocorra na terça-feira 21.
Com isso, espera-se contemplar as oitivas faltantes, entre elas, com representantes do Instituto Socioambiental, duramente criticado por indígenas nas sessões e em uma diligência realizada em Pari-Cachoeira, em São Gabriel da Cachoeira (AM).
A CPI estuda ainda fazer uma missão no Pará, a fim de compreender o conflito entre agricultores e a Força Nacional, que realiza operações de “desintrusão”. Vídeos exibidos na CPI mostram agentes prendendo posseiros e usando da força contra famílias. Em outras imagens, é possível ver animais sendo maltratados. O caso fez com que a CPI enviasse uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal.
Duração da CPI das ONGs e oitiva com Marina Silva
Iniciada em 14 de junho deste ano, a CPI das ONGs conseguiu ser prorrogada até dezembro. O relatório deve ser votado no dia 19. Trata-se da última CPI em funcionamento no Congresso Nacional, visto que a do MST e do 8 de Janeiro encerraram em outubro, além do término de outras investigações, envolvendo a Americanas, as pirâmides financeiras e partidas de futebol.
Funcionando sem interrupções desde o início, a CPI das ONGs já apreciou mais de 150 requerimentos e colheu farto material para investigação, de órgãos como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Agência Brasileira de Inteligência e Ministério das Relações Exteriores.
- “A CPI que abriu a caixa-preta das ONGs da Amazônia”, reportagem publicada na Edição 188 da Revista Oeste
Convidada no início dos trabalhos, Marina não compareceu à CPI. Agora, contudo, no fim das atividades, a comissão quer ouvir a ministra.
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