O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) preparou uma “votação-relâmpago” para indicar um novo representante do Legislativo para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A intenção do deputado seria “agradar” ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo informou o jornal Estado de S. Paulo, nesta quinta-feira, 6.
A articulação de Lira conseguiu apoio dos líderes de algumas das maiores bancadas, como União Brasil, MDB e PP.
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Quem é favorito?
O nome favorito para a vaga é o da advogada Daiane Nogueira de Lira, atual chefe de gabinete do ministro do STF Dias Toffoli, que a indicou ao presidente da Câmara. A advogada também é apoiada por outros ministros da Corte.
Se aprovada para o CNJ, Daiane vai herdar, por exemplo, o controle e a condução, como relatora, de três processos abertos contra o juiz federal Marcelo Bretas, que foi responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.
Votação relâmpago
A votação para escolher o representante da Câmara no CNJ foi marcada para esta quinta-feira, 6.
Ontem, Lira surpreendeu lideranças de partidos com um ofício em que comunicava a decisão de pautar essa indicação, informou o Estadão.
Isso ocorreu no mesmo dia em que um juiz de primeira instância enviou o inquérito da Operação Hefesto ao STF. O caso apura a compra de kits de robótica para municípios de Alagoas.
No despacho, o magistrado citou indícios de envolvimento de Lira no suposto desvio de R$ 8 milhões na verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Um documento apreendido com Luciano Cavalcante, antigo auxiliar do presidente da Câmara, vinculava o nome “Arthur” ao recebimento de uma quantia total de R$ 650 mil em pagamentos.
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Quanto vale o “por fora” de um presidente da câmara no Brasil.
Pensem e tirem as suas conclusões.
Gilmar Mendes já suspendeu de imediato o processo que foi enviado.