Temendo por colapso industrial, presidente da República pediu colaboração do Judiciário. Toffoli cobra plano macro de gerenciamento de crise, com participação dos Três Poderes, dos estados e municípios
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu a flexibilização da reabertura econômica ao ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Junto com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e comitiva demais ministros e empresários, eles expressaram a preocupação com as empresas, emprego e renda, além da saúde.
Aproximadamente 10 milhões de empregos deixaram de existir, ressalta Bolsonaro. “Entre os 38 milhões de informais e autônomos, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), esse pessoal perdeu 80% do seu poder aquisitivo. Alguns perderam 50% e outros zeraram”, declarou.
O presidente da República ressalta que a população sobrevive, basicamente, com o auxílio emergencial. Mas lembra que o benefício só dura mais dois meses. Guedes endossa. “Temos que salvar vidas e preservar os empregos. Nós lançamos a camada de proteção para os informais, para os mais frágeis, os mais idosos, e essa camada de proteção temos aí três, quatro meses que a população tem meios de subsistência”, alertou.
O presidente do STF mostrou sensibilidade com as preocupações apresentadas, mas manifestou o desejo de um planejamento e coordenação entre os Três Poderes e as esferas de poder. “Os senhores trouxeram a necessidade de um planejamento, que é exatamente um planejamento que seja organizado na volta da economia e do crescimento”, ponderou.
Comitê de crise
Para Toffoli, é fundamental propor essa organização e colocar todos para discutir o tema. “Isso é fundamental. Essa coordenação, que peço que o presidente, junto com o ministro (Guedes), chamando outros poderes, os estados, os representantes dos municípios, penso que é fundamental isso”, declarou.
O magistrado defendeu a formação de um comitê específico para gerenciar a retomada econômica. “Talvez um comitê de crise envolvendo a Federação e os poderes para, junto com os empresariados e os poderes, pensarem essa necessidade que temos de traduzir em realidade esse anseio, de trabalhar, manter empregos, produzir e manter uma sociedade em funcionamento. O Brasil é uma das sociedades mais complexas do mundo”, reconheceu.