A China vai cobrar a “fatura” do governo brasileiro por meio da conclusão do chamado Corredor Bioceânico Chile-Brasil. O projeto é uma espécie de corredor ferroviário que vai passar por Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, percorrendo toda a extensão partindo de Campo Grande até os portos chilenos de Iquique e Antofagasta.
O Corredor Bioceânico pode diminuir em até duas semanas o tempo de viagem das exportações do Centro-Oeste brasileiro até países orientais, como China e Japão. Cálculos apontam que a conclusão pode reduzir os custos de comércio exterior em 25%. Evidentemente é um objetivo do governo brasileiro, mas, também, dos chineses. E muito.
A China ficou incomodada com uma polêmica provocada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub. Em resposta, ele disse que pedirá desculpas se, dos 60 mil respiradores disponíveis, a China vender mil para a pasta pelo preço de custo. “Para salvar a vida dos brasileiros”, destacou, na segunda-feira, 6.
O posicionamento de cobrança dos chineses pela conclusão da parte que cabe ao Brasil do corredor ferroviário até o Chile vem de Pequim. Aliás, pouco a pouco, cria-se o consenso entre o alto escalão chinês de que é a única moeda de troca que o governo brasileiro terá para apaziguar as relações entre os dois países.