De oftalmologista a escritórios de advocacia, a ONG presidida por Luciane Barbosa Farias, a “Dama do Tráfico”, declara ao menos oito colaboradores. A Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA) oferece recursos a encarcerados e familiares, egressos e pré-egressos.
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Em seu portal, o instituto declara uma lista de apoiadores. São eles:
- Senac Amazonas
- Ótica Marinho;
- Guimarães de Lima;
- Instituto Joana Galante;
- Moacir Batista;
- Aliança em Inovações Tecnológicas e Ações Sociais (Aitas);
- Instituto Restaurar; e
- Miranda e Assunção — Advogados associados.
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Oeste entrou em contato com os parceiros da ONG e obteve o retorno de alguns deles. A Aitas, por exemplo, afirmou que a parceria foi rápida.
“Não demos seguimento com a colaboração”, disse o fundador, Claudenor de Sousa. “Somos engenheiros e trabalhamos com suporte e infraestrutura em comunidades carentes.”
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O Instituto Restaurar, por sua vez, desconhecia a manutenção do nome da empresa no site da ONG de Luciane, segundo a assistente social Rafaela Reis.
Nos últimos dias, a Dama do Tráfico tem ocupado as manchetes da imprensa. Luciane Barbosa Farias recebeu esse apelido por ser esposa de um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), Clemilson dos Santos.
O que diz a defesa da Dama do Tráfico
Camila Guimarães, advogada do escritório Guimarães de Lima, disse que a parceria com a ONG é uma prestação de serviço jurídico e se manterá ativa. Camila foi responsável por redigir um dossiê de 116 páginas, que demonstraria irregularidades e violações aos familiares e encarcerados. Em suas redes sociais, apoia a Dama do Tráfico.
Oeste entrou em contato com o Senac Amazonas, com os escritórios de advocacia Moacir Batista, Miranda e Assunção, com o Instituto Joana Galante e com a Ótica Marinho, mas não obteve retorno.
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Luciane ganhou o apelido de Dama do Tráfico por ser mulher do traficante Clemilson dos Santos, conhecido como “Tio Patinhas”, um dos líderes do Comando Vermelho.
Quem é Luciane Barbosa Farias
Conhecida como a Dama do Tráfico, ela se descreve nas redes sociais como ativista de Direitos Humanos e estudante de direito. No entanto, para o Ministério Público do Amazonas (MPAM), sua função é lavar o dinheiro do Comando Vermelho (CV).
Ela é casada há 11 anos com o traficante Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, um dos líderes do CV no Amazonas.
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Luciane se apresenta como presidente do Instituto Liberdade do Amazonas (ILA). De acordo com o site da entidade, o instituto atua em favor dos “direitos humanos e fundamentais de presos”.
Em contrapartida, o crime organizado seria o financiador das atividades do ILA. É o que consta no inquérito da Polícia Civil do AM.
Luciane já esteve em duas ocasiões no Ministério da Justiça (MJ). Em março, pelo secretário de Assuntos Legislativos da Pasta, Elias Vaz. Em maio, por Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). O nome de Luciane não consta nas agendas oficiais das autoridades.