O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou os repasses para a Organização de Estados Ibero-americanos (OEI). Nos bastidores, atribui-se essa decisão à articulação do secretário-geral da entidade, Mariano Jabonero, com a primeira-dama Janja, segundo o jornalista Claudio Dantas.
Poucos meses depois da posse, Janja visitou a sede da OEI em Madri, capital da Espanha, e foi convidada para coordenar a Rede Ibero-Americana para Inclusão e Igualdade. Segundo a OEI, a rede busca “mobilizar organizações internacionais, instituições públicas e do terceiro setor” para “reduzir desigualdades”.
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À época, Janja disse que a OEI seria uma “aliada” na articulação de temas como igualdade de gênero, digitalização e combate à desinformação. No encontro, estavam Raphael Callou, então diretor da OEI no Brasil, e funcionários espanhóis.
Meses depois, Callou foi substituído por Leonardo Barchini, ex-secretário-executivo-adjunto do Ministério da Educação (MEI). Depois de quase um ano na OEI, ele retornou ao MEC como secretário-executivo, subordinado ao ministro da Educação, Camilo Santana.
Barchini, ligado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou da gestão municipal do petista em São Paulo e da transição do governo Lula. Sua passagem pela OEI coincidiu com a assinatura de contratos que já somam quase R$ 600 milhões, maior valor da história da entidade.
Janja e o “Janjapalooza“
A relação entre Janja e a OEI se estreitou com o evento G20 Social, organizado por Jabonero, em novembro de 2024. O encontro no Rio de Janeiro reuniu artistas e militantes e serviu de palco para a primeira-dama brasileira, que atacou o empresário Elon Musk com um “fuck you”.
A OEI justificou o evento como uma “proposta inovadora” da Presidência brasileira. O chamado “Janjapalooza” teria custado mais de R$ 80 milhões, com patrocínios de estatais.

Parte das despesas se misturou às do evento oficial, dificultando a transparência. A OEI recebeu R$ 16,2 milhões da Secretaria-Geral da Presidência e R$ 1 milhão do Ministério da Igualdade Racial.
Desde o ano passado, Janja pressiona Lula para indicá-la a um cargo na 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), programada para ocorrer em Belém, capital do Pará, em novembro. No mês passado, Jabonero esteve em Brasília e se reuniu com Camilo Santana e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo.
Contratos sob suspeita
A falta de transparência também marca o contrato de R$ 478 milhões com a OEI para a COP30. O valor equivale ao orçamento de programas como o de Aquisição de Alimentos e o de combate a incêndios na Amazônia.
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A OEI frequentemente firma contratos por meio de “acordos de cooperação técnica”, evitando concorrência e fiscalização. O senador Rogério Marinho (PL-RN) denunciou ao TCU que a OEI atuou apenas como intermediária na contratação de serviços para a COP30.
E depois para desviar o foco, querem investigar a Michele Bolsonaro . Meu está ficando difícil assistir tanta aberrações vinda desse desgoverno.
Vadia, vagaba!