O Senado tem a prerrogativa de fazer modificações no substitutivo do Projeto de Lei Complementar (PLP) 149/19, um dia chamado de Plano Mansueto. Mas, se o fizer, líderes na Câmara não descartam, desde agora, a possibilidade de rejeitar o texto original e manter a redação aprovada na segunda-feira 13.
Oeste conversou com lideranças na Câmara e ouviu de parlamentares que essa é uma possibilidade real. “Se eles alterarem lá, a gente altera aqui de volta para o texto original”, diz um líder. Tudo, claro, dependerá de o Senado alterar e de quanto da redação original for modificada. Enquanto o governo tentará propor ajustes, deputados vão defender a manutenção da matéria como está.
Se a costura entre lideranças das duas casas agradar aos deputados, é possível que a proposta aprovada no Senado seja chancelada pela Câmara. Contudo, se as mudanças forem muito mais benevolentes àquilo que o governo deseja, a possibilidade de rejeição ao substitutivo dos senadores é alta. O senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, fala em desidratação do plano de socorro.
Tudo dependerá dos próximos “episódios”. Os deputados favoráveis ao substitutivo ao PLP 149 julgam ter tido uma desgastante relação durante a votação e se queixam da postura de alguns governistas, sobretudo da equipe econômica. Acusam o Executivo de ter apresentado fake news em alguns dados.
Relação
A Câmara, contudo, precisará alinhar a própria relação com o Senado antes de cogitar a ideia de rejeitar um eventual texto alterado pela Casa revisora. Os senadores estão irritados com os deputados, uma vez que estes aprovam propostas dos colegas e eles não têm a mesma deferência.
O próprio presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pleiteou junto ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a inserção de pautas aprovadas pelos senadores. Os dois conversaram ontem, e o deputado se comprometeu a incluir na ordem do dia da próxima quinta-feira, 16, matérias aprovadas pelos senadores, como a que cria uma linha de microcrédito para as empresas.
Somente depois que a Câmara fizer sua parte é que as conversas pelo substitutivo ao PLP 149 serão conduzidas. Até lá, deputados pedem toda a discrição para não transparecer a intenção pura e simples de rejeitar o que os senadores aprovarem.
Parabéns deputados. Os senhores estão aí para provar a máxima que ouço desde sempre: A culpa é do povo que não sabe votar.
O que nos exime de parte dessa culpa é que entre canalhas, cafajestes, mau caráter, bandidos e aproveitadores que formam a maioria da classe politica do Brasil, nossa chance de acerto é praticamente zero.
Quando pensamos que conseguimos escolher um pouco melhor, eis que somos surpreendidos por canalhas ainda piores. É desesperador!