O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, recém-nomeado ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta quarta-feira, 13, possui um histórico contrário à liberdade de imprensa. Em novembro, por exemplo, o futuro ministro do STF bloqueou três políticos e um jornalista nas redes sociais, depois de receber críticas por causa da visita da “Dama do Tráfico” ao Ministério da Justiça.
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Os mais recentes bloqueados por Dino foram o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP); o ex-deputado Paulo Eduardo Martins; a candidata a deputada estadual Amanda Vettorazzo, do MBL; o suplente de deputado estadual em São Paulo Lucas Pavanato; e o jornalista Paulo Polzonoff.
Além deles, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) e a ex-deputada Janaína Paschoal estão sem acesso ao perfil do ministro desde o início do governo Lula.
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Em maio, Dino havia bloqueado o perfil da Revista Oeste no Twitter/X e dois colunistas, Flavio Morgesten e Ana Paula Henkel. O programa Oeste Sem Filtro, que acontece de segunda a sexta-feira, ao vivo, às 17h45, citou a lista de pessoas bloqueadas pelo ministro.
O que Flávio Dino pensava sobre a censura nas redes sociais
Embora Dino tenha começado a adotar práticas contra a liberdade de expressão nos últimos tempos, suas ações no passado diziam o oposto. Em novembro de 2014, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, ele afirmou ser contra projetos de controle das mídias.
“Em primeiro lugar, não pode haver censura”, disse Dino, ao responder a uma pergunta sobre a liberdade de imprensa, formulada pelo apresentador Augusto Nunes, colunista e conselheiro editorial de Oeste. “Não pode haver nenhum tipo de controle sobre o conteúdo.”
Na ocasião, Dino se preparava para assumir seu primeiro cargo no Poder Executivo. Filiado ao PCdoB, de onde seguiu para o Partido Socialista Brasileiro (PSB-MA), o político tinha acabado de ser eleito governador do Maranhão.
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“Qualquer tipo de censura, de controle da atividade jornalística, obviamente, isso é a negação dos valores que a sociedade erigiu como seus”, afirmou Dino. “Do pluralismo político, da liberdade de expressão, da democracia.”
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Flavio Dino não vale a água que bebe.