Estratégia do governo é conseguir apoio de deputados evangélicos e do Centrão para evitar alterações na reforma do setor de gás natural. Nova Lei do Gás encontra resistência por parte da oposição
O governo vai fazer o possível para aprovar a nova Lei do Gás sem mudanças. A articulação política e técnicos da equipe econômica trabalham o convencimento não apenas de líderes partidários e lideranças mais afeitas à agenda liberal. O Executivo também engatou conversas com a bancada evangélica e o Centrão.
A estratégia em trazer a bancada evangélica para dentro do debate tem explicação. Ainda que os parlamentares da frente parlamentar se sintam esquecidos pelo Executivo e, portanto, estejam ressentidos, o Palácio do Planalto sabe que a pauta é do interesse do presidente da bancada, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM).
A redação atual do Projeto de Lei (PL) 6407/2013, a nova Lei do Gás, é uma relatoria do próprio Câmara. O presidente da bancada evangélica foi o relator e, também, o presidente da Comissão de Minas e Energia quando a matéria foi aprovada. Mas o parlamentar não é o único com quem o governo busca, agora, convencer.
Convencimento
O presidente nacional do Republicanos e vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (SP), é outro que o governo busca convencer. Bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Pereira é, também, pré-candidato à presidência da Câmara em 2021. A aprovação da matéria, aborda o governo, vai baratear o custo da energia elétrica, um dos maiores custos de templos religiosos em todo o país.
Outro grupo que o governo articula é o Centrão. Sabe-se que não será uma articulação simples, unicamente por serem da base. Os principais opositores da nova Lei do Gás são parlamentares ligados aos governadores. Afinal, a abertura do mercado pode impactar nas receitas dos estados. O líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), terá o trabalho de mobilizar os demais partidos a apoiar uma pauta que tende a sofrer resistência nas bases.