O ex-integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski vai ser o próximo ministro da Justiça e Segurança Pública. Para assumir o posto no Poder Executivo, ele vai ter de abrir mão de trabalhos como advogado. Também deixará de atuar como conselheiro de entidades.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Depois que deixou o STF, em abril do ano passado, Lewandowski passou a atuar como advogado. Um mês depois de deixar a Corte, ele foi contratado pela J&F, companhia que controla os negócios dos irmãos Joesley e Wesley Batista, como o frigorífico JBS, o Banco Original e a fabricante de papel e celulose Eldorado Brasil.
Como advogado da J&F, um dos processos sob cuidados do ex-ministro do Supremo envolve cifras bilionárias. Lewandowski passou a representar juridicamente os interesses da família Batista em processo contra a Paper Excellence, da Indonésia. Em 2017, a J&F concordou em vender 100% dos ativos da Eldorado Brasil para a companhia asiática. O negócio envolveria o pagamento de R$ 15 bilhões.
Leia mais:
No meio do caminho, no entanto, as duas companhias passaram a trocar acusações. No momento, a J&F é a sócia majoritária da Eldorado Brasil, com controle de 50,59% das ações. Por ora, a companhia dos irmãos Batista propõe a anulação do negócio.
Leia também: “Os irmãos Batista atacam novamente”, reportagem de Eugenio Goussinsky publicada na Edição 187 da Revista Oeste
Agora, ao aceitar o convite para se tornar integrante do governo Lula, o ex-magistrado vai ter de deixar a sociedade que tem com a mulher no comando de um escritório de advocacia localizado em Brasília. Ele havia reativado o registro na Ordem dos Advogados do Brasil depois de deixar o STF.
Advogado com honorários milionários
De acordo com a jornalista Malu Gaspar, colunista de O Globo, só o contrato de advogado junto à J&F rendeu a Lewandowski cerca de R$ 2,8 milhões. De acordo com a publicação, foram R$ 800 mil só para apresentar relatório em favor do grupo no processo contra a Paper. Além disso, foram pagos mensalmente R$ 250 mil desde maio.
Lewandowski: advogado e conselheiro de entidades
Prestes a se tornar ministro da Justiça, Lewandowski vinha acumulando o trabalho de advogado com a de conselheiro de entidades. No Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul, ele vinha atuando como árbitro — posição que alçou justamente por meio de indicação feita pelo governo Lula. Na Corte, ele trabalha com o desafio de moderar conflitos entre membros do bloco econômico, com honorários de até US$ 2 mil por ação.
Leia também: “Ao lado de Janja, Lewandowski promete muitas mulheres no Ministério da Justiça”
Além disso, o ex-ministro do STF é o presidente do Conselho de Assuntos Jurídicos da Confederação Nacional da Indústria. Ele assumiu o cargo, que não conta com remuneração, assim que o colegiado foi criado, em maio do ano passado.
Por fim, Lewandowski é presidente do Observatório da Democracia. Trata-se, a saber, de centro de estudos lançado em setembro de 2023 pela Advocacia-Geral da União, órgão que compõe o primeiro escalão do governo federal. Mesmo como ministro da Justiça, o ex-magistrado poderá seguir nessa função, que não é remunerada.
Leia também: “Relações incestuosas”, artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 196 da Revista Oeste
La seu cacife dobra.
Os contratos por debaixo dos panos vão valer muito mais.
Poxa ninguém mais acredita em abnegação. Nem eu. Está mais para raposa cuidando de galinheiro. Notem que a espôsa deverá continuar em atividade na banca. Vide Dias Toffoli.
Me engana que eu gosto!! Vai ser ministro da justiça e advogar ao mesmo tempo!! Até quando conviveremos com essas maracutaias?
Deixam nada, só trouxas acreditariam. Veja os iluminados, só que não, como agem.
Ninguém, em sã consciência, largaria os contratos e os clientes citados, envolvendo cifras e ganhos exorbitantes para ser Ministro. Salario de ministro nem fará cócegas. Qual terá sido a contrapartida, acordos, conchavos. Isso é o PT. Perda Total para o povo que mantém esses inúteis.