A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 ouve nesta terça-feira, 1°, a oncologista e imunologista Nise Yamaguchi. Os senadores devem interpelá-la a respeito do potencial da hidroxicloroquina (HCQ) no enfrentamento do coronavírus. Além disso, querem saber se a profissional aconselhou o governo durante a epidemia, como alterar a bula da HCQ — em depoimento, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta acusou Nise de liderar um “ministério paralelo”. Defensora do tratamento precoce contra o patógeno, a médica foi cotada para ser ministra da Saúde no ano passado.
Em reportagem publicada na Edição 3 da Revista Oeste, Nise discorreu acerca da HCQ, remédio demonizado pela esquerda. A médica defende o uso da droga associada ao antibiótico azitromicina já no segundo dia depois do início do aparecimento de sintomas como tosse, coriza e perda de olfato. “A partir do quinto dia de contaminação, a doença pode evoluir para um processo inflamatório que, em casos mais graves, pode levar à morte do paciente por insuficiência respiratória”, disse ela, na ocasião. Formada em medicina pela Universidade de São Paulo, Nise é diretora do Instituto Avanços em Medicina.
Convite
O depoimento de Nise foi requerido pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE), aliados do governo, e tornou-se inevitável especialmente depois que ela foi mencionada pelo diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, na sessão da CPI do último dia 11. Segundo ele, Nise defendeu a alteração da bula da cloroquina, de modo a indicar o medicamento como tratamento para covid-19. A mudança seria feita por decreto presidencial, mas Barra Torres se negou a acatar a demanda. Atualmente, a bula da cloroquina cita que o remédio é indicado para caso “agudo de malária”, amebíase hepática, artrite reumatoide, lúpus, sarcoidose e doenças que provocam sensibilidade dos olhos à luz.
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