O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, teve ao menos 59 compromissos oficiais em Sergipe, seu reduto eleitoral, em 2023, informou a Folha de S.Paulo. Ele é considerado um pré-candidato a prefeito de Aracaju nas eleições municipais deste ano. Em 2020, o ministro concorreu ao cargo, mas conseguiu apenas 9,5% dos votos.
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Uma das últimas viagens à capital do Estado — mas não foi registrada na agenda oficial — foi em novembro, quando Macêdo participou de uma festa de carnaval fora de época, o Pré-Caju, e levou junto três assessores com despesas pagas com dinheiro público.
Segundo a Folha, a extensa agenda de Macêdo em Sergipe inclui reunião com políticos locais e participação em cerimônias de entrega de obras e equipamentos.
Dos 59 encontros que teve no Estado — pelo qual foi deputado entre 2011 e 2015 e, depois, em 2022 —, ele esteve seis vezes com o prefeito reeleito, Edvaldo Nogueira (PDT), e igual número com o governador Fábio Mitidieri (PSD).
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A agenda registra ainda compromissos com representantes do Congresso Nacional, como o senador Rogério Carvalho (PT-SE) e a deputada Delegada Katarina (PSD-SE), além de deputados estaduais e vereadores.
Além disso, o ministro recebeu prefeitos e deu entrevistas a emissoras de televisão e rádio de Sergipe e esteve em eventos como a entrega de tratores e implementos agrícolas na Sede da Codevasf em Sergipe e a visita às instalações da Universidade Federal de Sergipe.
Ministro teria solicitado pagamento de despesas de servidores com viagem a ‘carnaval fora de época’
O ministro Márcio Macêdo esteve na Pré-Caju no começo de novembro. Três servidores acompanharam o ministro e tiveram as despesas pagas pelo erário. O custo com passagens e diárias foi de R$ 18 mil.
Depois que o caso ganhou repercussão, o ministro afirmou que ele pagou os custos de suas passagens e diárias com dinheiro próprio. Sobre os servidores, o ministério disse que houve um erro formal da pasta e que os servidores já devolveram o dinheiro.
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Constava oficialmente que as solicitações para o custeio da viagem e hospedagem dos assessores foram feitas pelo próprio Márcio Macêdo, sob a justificativa de que os servidores acompanhariam uma atividade no Instituto Renascer Para a Vida.
O Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu investigação de Macêdo. O subprocurador Lucas Furtado disse que a situação mostrava “possíveis condutas atentatórias à moralidade administrativa e em desvio de finalidade no uso de verbas públicas para compra de passagens pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Costa Macêdo (PT-SE), com o fito de levar servidores para carnaval fora de época em Aracaju (SE)”.
A representação do MP ainda não foi analisada pelo TCU.
Vagabundo confesso…!