A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta sexta-feira, 6, que o Supremo Tribunal Federal arquive uma investigação contra o atual ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, por recebimento de suposta propina quando ele estava no Senado.
A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, contrariou a Polícia Federal, que disse ter reunido indícios de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro supostamente cometidos por Nogueira. Agora, cabe à relatora do caso, Rosa Weber, analisar a manifestação da procuradoria.
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“Não foram colacionados aos autos elementos de prova que corroboram as narrativas dos colaboradores no sentido que as doações oficiais e os pagamentos de valores em espécie tenham ocorrido com o propósito de financiar a compra do apoio do PP para a candidatura de Dilma Rousseff, nas eleições de 2014”, sustentou a PGR.
Em abril, a Polícia Federal (PF) afirmou ao Supremo que a JBS teria feito os pagamentos para que o PP apoiasse a reeleição da então presidente, Dilma Rousseff (PT); na ocasião, Nogueira dirigia o partido. Atualmente, ele está licenciado do comando da sigla para exercer o cargo de ministro.
Na ocasião, a defesa de Ciro Nogueira disse estranhar o relatório, “pois a conclusão é totalmente baseada somente em delações que não são corroboradas com nenhuma prova externa”. “A defesa tem absoluta confiança que o tempo das delações sem nenhuma fundamentação já está devidamente superado”, afirmou, em nota.
Segundo depoimento de Joesley Batista à PF, o pagamento de propina envolveu a entrega de uma mala com R$ 500 mil ao então senador A polícia também diz ver indícios de crimes de Gustavo Lima, irmão de Ciro Nogueira; Edinho Silva, então tesoureiro da campanha do PT; Joesley Batista e Ricardo Saud, ambos executivos da J&F à época.