O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reforçado seu apoio ao ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva para o comando nacional do partido. Isso ocorre em meio a uma disputa interna na sigla, protagonizada pelo ex-prefeito e pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que presidiu o PT por mais de oito anos.
No fim de semana, Edinho Silva divulgou um vídeo para pedir o apoio de Gleisi e para reclamar de vazamentos sobre uma reunião interna com Lula.
De acordo com a CNN Brasil, fontes próximas de Lula afirmam que o presidente não aceitou sugestões de outros nomes para o cargo. O petista também teria reforçado que Edinho deve ter autonomia para definir cargos estratégicos do partido.
Leia mais: “Edinho Silva critica uso de reunião com Lula para disputa interna do PT”
O motivo da disputa envolve a Secretaria de Finanças do PT, responsável pela gestão do fundo eleitoral e do fundo partidário milionários. Se eleito para a presidência da sigla, Edinho já afirmou que quer indicar o próximo tesoureiro. Gleisi, no entanto, não aprovou.
Atualmente, a tesouraria está sob o comando de Gleide Andrade, alinhada à ministra. Outros nomes do mesmo grupo de Gleisi, como Jilmar Tatto e o deputado José Guimarães, também atuam para manter a influência sobre o setor financeiro do PT.
A divisão interna do PT e a influência de Lula
A disputa rachou a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), a maior dentro do PT e da qual Lula faz parte. Apesar do acirramento da crise, o presidente tem se mantido discreto.
Aliados de Edinho Silva, como o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o ex-ministro José Dirceu, aguardam um posicionamento mais claro de Lula. Outros petistas, como Fernando Haddad e Jaques Wagner, o apoiam nos bastidores, mas evitam declarações públicas.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
A crise expõe a fragmentação interna do PT. Estima-se que o partido tenha 15 facções, muitas delas em conflito. A CNB, criada por Lula e figuras históricas, como José Dirceu e Aloizio Mercadante, segue como a corrente dominante, mas enfrenta desafios para manter sua hegemonia.