Decisão do ministro Benedito Gonçalves, do STJ, foi obtida por Oeste
Ao autorizar a Operação Placebo, o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça, reforçou que o Ministério Público Federal vê indícios de participação do governador do Rio de Janeiro na contratação de empresas investigadas.
Nesta terça-feira, 26, a Polícia Federal (PF) cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, inclusive em imóveis ligados a Witzel.
“O MPF imputa indícios de participação ativa do governador do Estado quanto ao conhecimento e ao comando das contratações realizadas com as empresas ora investigadas, mesmo sem ter assinado diretamente os documentos, uma vez que sempre divulgou todas as medidas em sua conta no Twitter”, afirma o ministro na decisão, obtida por Oeste.
O ministro do STJ afirma que a PF deve “proceder a oitiva imediatada dos investigados”, citando Wilson Witzel e a primeira-dama Helena Witzel, além de outras cinco pessoas.
Benedito Gonçalves afirma que “relevantes informações” do Ministério Público e da Procuradoria da República “confirmam a existência de fraudes e o provável envolvimento da cúpula do Poder Executivo fluminense”.
Primeira-dama
A Procuradoria-Geral da República relata que prova recebida da Justiça Federal do Rio mostra a existência de um contrato de uma empresa da primeira-dama Helena Witzel com uma das investigadas, tendo inclusive havido transferência bancária entre elas.
As provas “demonstram vínculo bastante estreito e suspeito entre a primeira-dama do Estado do Rio de Janeiro […] e as empresas de interesse de M. P.”, afirma o ministro Benedito Gonçalves.
As iniciais M. P. referem-se ao empresário Mário Peixoto, preso há duas semanas no âmbito da Operação Favorito, que apurou esquema de corrupção em contratos emergenciais da pasta da Saúde do Rio com organizações sociais.
Pronunciamento de Witzel
Depois da operação da PF, Wilson Witzel negou que tenha participado de esquemas de desvio de recursos públicos destinados ao combate à covid-19.
Ele afirmou ser “vítima de perseguição política” encabeçada pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Perseguição política” e contrato assinado não combina. Conta outra.
Witzel: um execrável. Com tantas evidencias, demorou pra mais esse corrupto passar uma temporada de isolamento social em “Bangu”.
Dória e outros tiranetes na fila …
A casa caiu, Witzel. Mais cedo ou mais tarde o senhor estará atrás das grades. O Estado do RJ tem o desprazer de ter um governador da sua espécie.