O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, senador Plínio Valério (PSDB-AM), anunciou nesta quarta-feira, 16, a segunda fase da CPI.
De acordo com Valério, nessa nova etapa, a CPI quer depoimentos de representantes do terceiro setor, depois de ouvir lideranças indígenas e parlamentares.
“Vamos, inclusive, abrir o sigilo fiscal de algumas delas”, disse Valério. “O que fazem, quanto receberam, estão a serviço de quem? Essas são algumas perguntas que vamos fazer.”
Salles denuncia esquema na CPI das ONGs
Durante depoimento à CPI das ONGs, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) afirmou que há um esquema que envolve ONGs, funcionários públicos e acadêmicos.
Segundo Salles, que foi ministro do Meio Ambiente, servidores simpáticos a ONGs trabalham em diferentes governos. Depois de um tempo, passam a atuar nas universidades para produzir trabalhos a favor do terceiro setor, e aqueles que estavam nas faculdades vão para o governo.
“É uma ciranda”, constatou Salles, durante depoimento à CPI das ONGs. “Uma ciranda na qual um assina cheque para o outro e legitima o discurso do colega (…) Ora atuam nos governos, ora nas universidades. Um dá dinheiro ao outro e cava oportunidade para o outro.
Salles explicou que quem está no governo se dedica a mandar dinheiro para a pesquisa do colega que está na academia. “O colega que está na academia produz estudos para sustentar a visão política dos que estão no governo e interesses econômicos daqueles que se dizem defensores de ‘causas relevantes'”, disse.
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