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Foto: Shutterstock
Edição 101

A briga pela liberdade

O movimento dos caminhoneiros canadenses se transformou num símbolo da luta contra o autoritarismo

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OTTAWA — Domingo, 20 de fevereiro. Faz 15 graus negativos e as ruas de Ottawa estão cobertas de neve. O vento no alto da Colina do Parlamento, na capital do Canadá, torna a sensação térmica ainda mais gélida. Não há carros nas ruas, e as únicas pessoas do lado de fora são alguns curiosos que assistem à ação da Polícia Nacional Montada do Canadá — o equivalente à Polícia Federal. Os policiais removem os últimos veículos deixados pelos manifestantes que, por três semanas, ocuparam pacificamente o centro de Ottawa para protestar contra as medidas restritivas implementadas pelo governo sob o pretexto de combater a covid-19.

Não se passa por uma esquina sem cruzar com um policial. Algumas ruas estão bloqueadas por barreiras de concreto. Nas proximidades do Parlamento, quarteirões que normalmente têm um comércio movimentado agora estão completamente inacessíveis, bloqueados por grades construídas da noite para o dia. Tudo lembra um estado de sítio. E, em certa medida, a realidade não é muito diferente: o país entrou em estado de emergência em 14 de fevereiro, quando o primeiro-ministro, Justin Trudeau, aumentou os próprios poderes sob o pretexto de desmobilizar a manifestação dos motoristas de caminhão, classificada pelo governo como ilegal e antidemocrática.

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