Em cartaz em São Paulo, A Família Addams tem vendido 90% dos mil ingressos disponíveis entre as quintas-feiras e os domingos — alguns deles vindos de excursão do interior. O musical é baseado nos personagens criados pelo cartunista Charles Addams. Estreou em cartuns na revista New Yorker e virou sensação com uma série de TV dos anos 1960. A versão musical brasileira é uma cópia fiel e bem-feita do sucesso da Broadway, com um elenco bastante entrosado, liderado pelos atores Daniel Boaventura e Marisa Orth, que interpretam o casal macabro mas amoroso Gomez e Morticia Addams.
O show não para
Os musicais brasileiros começaram a ganhar corpo no Brasil em 2001, com Les Misérables, espetáculo que atraiu 300 mil espectadores para São Paulo, seguido de A Bela e a Fera, com a mesma proporção de público. É um gênero importado da Broadway de Nova Iorque, muitos deles com equipe similar, que atrai milhares de brasileiros ao teatro, movimenta dezenas de milhões de reais por mês e emprega centenas de trabalhadores por produção. Com patrocínios de empresas privadas, como a farmacêutica EMS, e ingressos que chegam a R$ 350, A Família Addams emprega diretamente 300 profissionais. Mas, da pipoca na porta de um teatro aos estacionamentos ao redor, as oportunidades de trabalho se multiplicam.
A reforma e o emprego
A frase do economista-chefe do Itaú e ex-diretor do Banco Central Mário Mesquita na semana passada encheu de orgulho o ex-presidente Michel Temer e seu ex-ministro da Economia Henrique Meirelles. “O desemprego caiu muito. A reforma trabalhista pode explicar parte da recuperação do emprego ao longo deste ano”, disse Mesquita, em evento da instituição. Foi na gestão de Temer que a reforma trabalhista foi aprovada, em 2017. Maior banco privado do país, o Itaú melhorou a previsão de crescimento da economia brasileira neste ano, para 2%.
Espaço de encontros
A B3 inaugurou uma arena dentro do complexo da bolsa brasileira para ser um espaço de encontros entre empresas listadas e investidores. A estreia, chamada de Investor Day na B3, a bolsa brasileira, foi com a gaúcha 3tentos, do setor do agronegócio, com 14 mil acionistas. No evento, a empresa anunciou que projeta um faturamento de R$ 14 bilhões em 2025, o triplo do valor do ano passado. Papo ouvido entre um dos investidores presentes: “É provável que uma parte do mundo entre em recessão, mas todo mundo vai precisar comer hoje e amanhã, e o Brasil tem produtos sobrando, como o milho”.
Procura-se gente
O Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, projeta gerar mil empregos diretos e 700 indiretos com o investimento de R$ 30 milhões da United Airlines para comandar um centro de manutenção de aviões que permaneçam no aeroporto internacional do Rio de Janeiro por períodos mais longos. Em Guarulhos, a construção de um novo terminal VIP vai injetar US$ 80,6 milhões. Existe também uma expectativa de geração de centenas de empregos: de lojistas a motoristas de carros de luxo que farão o trajeto de hotéis em São Paulo ao terminal, além de carros exclusivos do terminal à porta da aeronave. Detalhe: o local terá vertiportos, espaços para aeronaves com pouso e decolagem vertical, para receber os eVTOLs. Como noticiado pela coluna na edição passada, a Embraer projeta o uso imediato deles em 2026.
Socorro, o piloto sumiu
O setor aéreo brasileiro não deve enfrentar, a curto e médio prazo, o caos, como muitos países vivem, devido à falta de profissionais. O Aeroporto de Heathrow, principal centro de transporte aéreo do Reino Unido, avisou que vai reduzir o fluxo de passageiros no terminal para 100 mil por dia. Pediu às companhias para pararem de vender passagens no verão, para diminuir o tumulto aos turistas, como voos cancelados, perda de bagagens, atrasos em pousos e decolagens e longas filas.
O Brasil quer ler
O desempenho das vendas na Bienal do Livro de São Paulo surpreendeu o setor neste ano. A HarperCollins relata que cresceu em 253% nas vendas, na comparação com 2018, quando o evento ocorreu na capital paulista. A Intrínseca teve o melhor faturamento desde que começou a participar de feiras, com 45% mais em vendas de exemplares e faturamento acima de 150%, na comparação com 2018. A Rocco, dona dos direitos do fenômeno infantojuvenil Harry Potter, anuncia o melhor resultado da história, com 185% de alta nas vendas durante o evento.
Sem ressentimento
Sérgio Reis jura que não se sentiu desprestigiado por não ter sido chamado para nenhuma atuação na nova versão da novela Pantanal, exibida em horário nobre na Globo. O cantor teve uma participação ativa em um dos maiores sucessos da dramaturgia no Brasil: em 1990, fez um papel de destaque na primeira versão, dirigida por Jayme Monjardim, e sua fazenda serviu de inspiração para a gênese da história de Benedito Ruy Barbosa. O motivo para não ser chamado para participar atualmente da obra é um só, na visão do artista: o apoio irrestrito ao presidente Jair Bolsonaro.
Boiadeiro da novela
Renato Teixeira e Almir Sater, artistas que igualmente tiveram participação na versão da Manchete, hoje estão no ar na trama da Globo, escrita por Bruno Luperi, neto de Barbosa. “Eu poderia fazer um boiadeiro”, disse, no programa Direto ao Ponto, com Augusto Nunes. Rejeitada por Boni no passado, a novela estourou o ibope da extinta Manchete. O fenômeno ocorre de maneira um pouco menor agora: Pantanal resgatou o horário das 9 da Globo do marasmo de novelas apresentadas até então — e tem como um de seus espectadores o próprio Sérgio Reis. A produção tem audiência média de 28 pontos na Grande São Paulo.
Bolada pantaneira
Estima-se que a Globo pagou R$ 5 milhões para Benedito Ruy Barbosa dar o aval para a emissora fazer a nova Pantanal.
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