Pular para o conteúdo
publicidade
Orgulho nacional Semantix: primeira empresa brasileira puramente de tecnologia a chegar à bolsa Nasdaq, em Nova York | Foto: Divulgação/Semantix
Edição 128

Da zona norte de São Paulo para a Nasdaq

Empresários brasileiros dão show de criatividade, agilidade e inovação

Bruno Meyer
-

A empresa brasileira Semantix anunciou a sua primeira aquisição, menos de um mês depois de ser avaliada em US$ 1 bilhão. Como anunciado antecipadamente por Oeste na noite de quarta-feira 31, minutos depois de uma reunião com investidores, a companhia do empreendedor paulistano Leonardo Santos comprou a health tech brasileira Zetta Health Analytic. A Zetta, fundada em 2019, oferece serviços de análise de dados a gigantes do setor de saúde. Foi um feito rápido para uma empresa que estreou há poucas semanas na bolsa norte-americana de tecnologia Nasdaq, em Nova Iorque. Com sede em São Paulo, a Semantix é a primeira deep tech brasileira listada na bolsa norte-americana, num ano em que o mercado financeiro global anda hostil a qualquer negócio que envolve tecnologia. Deep tech é o nome que se dá a empresas que fabricam tecnologia para outras empresas. 

O empreendedor paulistano Leonardo Santos: “Meu sentimento é de gratidão” | Foto: Divulgação

Da zona norte…

Faz exatos cinco anos que o empreendedor Leonardo Santos chegou para a equipe e anunciou o objetivo de levar a Semantix (fundada por ele em 2010) para a bolsa norte-americana Nasdaq até 2023, quando completará 40 anos de idade. No dia 4 de agosto, Santos tocou o sino da Nasdaq na abertura da companhia, ao lado de sócios e funcionários. Para ele, os simbolismos desse momento são enormes: Leonardo é de uma família de classe média da zona norte de São Paulo e se define como um curioso nato, ambicioso, cuja inspiração é Ayrton Senna. Na adolescência, vendeu o carro para estudar no Vale do Silício, na Califórnia. Está na área de tecnologia e dados desde os 16 anos, quando virou um beta tester da Microsoft. Beta tester é uma espécie de ajudante de desenvolvedores de produtos em versões beta. Do Brasil, ele reportava bugs, melhorias e novas funcionalidades do gigante de Bill Gates. 

…à Nasdaq

Uma semana antes de anunciar a primeira aquisição pós-Nasdaq, o fundador e CEO recebeu Oeste na sede da empresa, no bairro de Perdizes, em São Paulo. “Meu sentimento é de gratidão, sem dúvida, pelas pessoas que acreditaram na companhia e no planejamento estratégico que fizemos em cinco anos”, diz. “Começa agora o futuro. Estamos no caminho de algo muito grande, e os talentos que emergem são fundamentais.”

A brasileira Semantix: fundada em 2010 e faturamento de R$ 300 milhões | Foto: Divulgação/Semantix

O dado é o novo petróleo

A Semantix é uma companhia de software especializada em dados e inteligência artificial. Tem 400 clientes em 15 países, como a montadora Mercedes-Benz, o banco Bradesco e o gigante de tecnologia Samsung, e deve faturar mais de R$ 300 milhões, com alta de 25%, em comparação com o ano anterior. “Somos uma empresa de tecnologia que cria valor em cima do dado, a partir de uma plataforma única no mercado que faz desde a ingestão do dado até a gestão de algoritmos em cima do que coleto”, diz Santos.

“O dado é o novo petróleo” virou uma máxima para muita roda de conversa que se aprofunda para o meio tecnológico, sobretudo corporativo. “Décadas atrás, o petróleo gerava vários produtos, como a borracha e a gasolina”, diz. “O dado é a mesma coisa agora. Ele é a matéria-prima da nova economia, da inteligência artificial. Sem o dado, você não consegue criar o algoritmo ou até mesmo entregar valor a sua área de negócio. Toda e qualquer empresa vai precisar dos dados.” A importância deles na economia atual pode ser exemplificada com a atual compra feita pela Semantix: a Zetta tem a finalidade de reduzir os gastos dos mais de 600 clientes, por meio de inteligência tecnológica, com a missão de fazer com que o sistema de saúde seja mais sustentável.

Brasileiros na Nasdaq: empresa está atrás de profissionais de TI | Foto: Divulgação/Semantix

Procura-se: gente curiosa

O recurso injetado há poucas semanas na Semantix será usado imediatamente para aumentar a equipe de engenharia e dados. Até o fim do ano, mais de 300 profissionais deverão ser recrutados. Os de tecnologia da informação são a massa de mão de obra mais desejada por eles, como por uma variedade de empresas no Brasil e no mundo. “Buscamos gente curiosa, com vontade de inovar, de trazer novas linguagens”, diz Santos. “As empresas identificaram que a tecnologia não é apenas um diferencial competitivo, mas uma questão de sobrevivência. Criar novos produtos e novas linhas de receitas tem tudo a ver com a tecnologia. Essa é a transformação digital das companhias no mundo.”

Bandeira brasileira no mundo

A obsessão atual de Leonardo Santos é transformar sua Semantix em uma companhia global. A plataforma já é utilizada em 20 países, e a empresa possui quatro escritórios: Brasil, México, Colômbia e Estados Unidos. Ele se mudou com a família há poucas semanas para Miami, para se estabelecer num dos mercados em que vê maior potencial de crescimento. “Vamos levar nossa bandeira para o mundo”, diz. “Sem dúvida, nosso país precisa disso.” 

*  *  *

Evento do Mercado Livre: 12 mil vendedores em São Paulo | Foto: Divulgação

O show dos vendedores

Depois de dois anos só com evento on-line, o Mercado Livre voltou a fazer o tradicional encontro presencial entre vendedores do maior comércio eletrônico da América Latina. E não teve para ninguém: na quarta-feira 31, 12 mil vendedores, de todos os cantos do país, apareceram no Transamérica Expo Center, em São Paulo, para uma bateria de palestras e o famoso networking

*  *  *

O dono e o inquilino

Dona de 185 mil contratos de aluguéis de imóveis no Brasil, a plataforma QuintoAndar fez testes por dez dias em cidades brasileiras. E anunciou a novidade da semana: deixou livre a locação direta entre proprietários e inquilinos, sem o intermédio de terceiros — no caso, a própria QuintoAndar. Após os testes, a empresa diz que aumentou 7% na listagem de novos anúncios. Essa foi a deixa para liberar para todo o país esse contato direto. A empresa quer aumentar o número de clientes em sua base. 

[email protected] 

Leia também “O Sírio-Libanês aposta na prevenção”

4 comentários
  1. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Nova era eu já passei

  2. Marcelo DANTON Silva
    Marcelo DANTON Silva

    Todo mundo escuta falar de “ALGORITMOS” mas poucos sabem o quê deu origem REAL a essa ferramenta que, HOJE, alia matemática/estatística e IA para INFERIR resultados exitosos.
    Na segunda grande guerra a “Batalha do Atlântico” foi o primeiro grande desafio para os Aliados tentarem retomar a Europa e África…. Os EUA não conseguiam abastecer as frentes de batalha com equipamentos/alimentos.
    SUBMARINOS ALEMÃES destruíam comboios inteiros.
    Dai surgiu a necessidade de terem uma BASE no Rio Grande do Norte…tamanha era a importância de se constituir essa BASE que os EUA estava preparados para INVADIR o Brasil CASO Getúlio não aceitasse a CSN dentre outras coisinhas (espelhinhos).
    Conseguida a BASE para melhor logistica de combate aos submarinos, restou o PIOR problema de todos….ONDE OS SUBMARINOS ESTAVAM???
    Usaram a ferramenta “PROGRAMAÇÃO LINEAR” HOJE…mais elaborada, inteligente e rebuscada e com enorme capacidade de processamento…. chamasse ALGORITIMO!

    1. Marcelo DANTON Silva
      Marcelo DANTON Silva

      Lembrem-se antes de criticar!
      Se você mapeia de forma eficaz sua logística….VOCÊ CONSEGUE DESCOBRIR A LOGITICA DE SEUS INIMIGOS….rotas, portos, pontos de abastecimento no mar ou em terra…os aliados descobriram onde provavelmente os submarinos alemães estariam vulneráveis.
      A CAÇADA AOS SUBMARINOS TINHA METODO!

  3. LUCIANO NEREO DOLENC
    LUCIANO NEREO DOLENC

    Conheço bem a Semantix… conheci o Léo Oliveira e o Léo Santos em 2011, um pouco antes deles fundarem a empresa… incrível o crescimento… surfaram a onda do big data quase que sozinhos até recentemente…

Do corre ao nocaute, Mirelle Moschella - Apresentadora Anterior:
Mirelle Moschella: ‘Tinha certeza de que não ia morrer do câncer’
Próximo:
Carta ao Leitor — Edição 213
Newsletter

Seja o primeiro a saber sobre notícias, acontecimentos e eventos semanais no seu e-mail.