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Navio de cruzeiro, Costa Serena saindo do porto de Santos | Foto: Stefan Lambauer/Shutterstock
Edição 141

A ambição do tamanho do oceano

A Costa Cruzeiros, empresa italiana que vai completar 75 anos de história no Brasil, projeta crescer 75%, na comparação com 2019, antes da pandemia

Bruno Meyer
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“O Brasil precisa de uma ambição maior.” A frase é do italiano Dario Rustico, presidente da Costa Cruzeiros. Rustico defende a ideia de que o lucrativo setor local de cruzeiros deve parar de usar a palavra “temporada” a cada ano que passa. “A gente tem de trabalhar para ter cruzeiro e turismo aberto todo o ano para os brasileiros e os turistas mundiais que venham conhecer quanto é lindo o Brasil.” A declaração à coluna é dada depois de uma projeção que mostra que a temporada — olha a palavrinha de novo — de cruzeiros de 2022 e 2023 vai ser a maior dos últimos dez anos, de acordo com a Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros, a Clia Brasil. “E a de 2023 e 2024 vai ser ainda maior”, diz.

Costa Firenze: o maior navio da história da Costa, com 2.136 cabines e 135 mil toneladas, chega ao Brasil | Foto: Divulgação

Crescendo em alto-mar

A Costa Cruzeiros, empresa italiana que vai completar 75 anos de história no Brasil, projeta crescer 75%, na comparação com 2019, antes da pandemia. Rustico explica que não há como fazer comparações confiáveis entre 2020 e 2021. “Não operamos como indústria no Brasil em 2020 por conta da pandemia e, em 2021/22, ficamos suspensos por quase três meses novamente devido à covid-19”.

Dario Rustico, presidente da Costa Cruzeiros: “O Brasil precisa de uma ambição maior” | Foto: Divulgação

Business de emoções

Depois de um baque histórico para um setor que gera 44 mil empregos a cada período de férias, a animação voltou entre os líderes de empresas, como a Costa. “As vendas estão muito bem. Os brasileiros estão muito animados, querem viajar e ter emoções”, define Rustico. “Somos um business de pessoas para pessoas, com emoções. Nos últimos dois anos, aprendemos que o ecossistema de trabalho é muito importante, como nossos parceiros empregados, agentes de viagens e trabalhadores do porto.”

Foto: Divulgação

Instituto Neymar 

Até o meio de 2023, o turismo de cruzeiro deve gerar R$ 3,8 bilhões para a economia brasileira, com a criação de 44 mil empregos. Cada navio abre oportunidades de trabalho para mil a 1,5 mil tripulantes, muitos deles brasileiros. A Costa reservou 15% da sua tripulação para brasileiros e fechou uma parceria com o Instituto Neymar, em Santos. Uma turma de 94 pessoas começa a trabalhar neste mês. “Eram crianças que não tinham perspectiva, agora estudaram, se formaram e terão oportunidade de trabalhar dentro dos navios, ganhar em euro e dólar e conhecer o mundo. É uma coisa bacana, porque dá para mudar o ponto de vista na perspectiva de vida dessas pessoas” diz Rustico.

Gigante dos mares 

Trinta e cinco navios vão realizar viagens ao longo de seis meses no Brasil, até dia 20 de abril. A Costa vai trazer três navios, sendo o Firenze o principal e maior da história da empresa a vir para a América do Sul, com 2.136 cabines. E aí entra o cardápio de opções para fazer dentro de um gigante dos mares que pesa 135 mil toneladas: o Firenze conta com 13 restaurantes, sete bares, um parque aquático com três toboáguas, campo de minigolfe e de futebol e um parque com trilhas suspensas sobre o mar, entre pontes. “O cliente pode decidir relaxar dentro do cruzeiro, fazer festa o tempo todo, ou apenas comer bastante. Também pode relaxar e fazer dieta, porque temos menus especiais com academia e tudo”, afirma o presidente da companhia.

Foto: Divulgação

Por falar em festa… 

Um navio com cerca de 2 mil leitos reserva uma variada cartela de perfis e nacionalidades entre os passageiros. Rustico, há sete anos no Brasil, mas com experiência em diferentes operações náuticas no mundo, diz, sem muitas surpresas, que o brasileiro gosta de festa e diversão. Já os europeus curtem mais viajar e descobrir novos lugares, enquanto os chineses apreciam experiências diferenciadas, como o shopping. “A parte linda dos cruzeiros é customizar o produto para a cultura, os idiomas e lugares diferentes. O setor pode funcionar bem para os chineses, os japoneses até os brasileiros”.

Foto: Divulgação

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Habemus vagas

A Amazon deu o pontapé em uma nova área de treinamentos no Brasil. A missão do departamento é desenvolver talentos do mercado para suprir a falta de mão de obra de profissionais de tecnologia nas empresas.

Emprego nas nuvens

Já a unidade norte-americana de armazenamento em nuvem da Amazon, a Amazon Web Services (AWS), planeja aumentar o número de funcionários em 2023 e construir novos centros de dados. Um claro sinal de que os rumores de 10 mil funcionários demitidos no mundo em breve não vão congelar contratações em outros departamentos.

Wagner Alexandre | Foto: Divulgação

Chama o T.I.

A demanda por profissionais de T.I. bate atualmente 159 mil por ano, segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). Até 2025, será um déficit de 530 mil profissionais. É essa demanda que empresas como a Amazon tentam amenizar.

É assim que começa

A Amazon anunciou que teve a melhor Black Friday da história no Brasil. Vendeu 3,5 milhões de produtos. Entre os itens mais vendidos, o iPhone 11, o copo térmico de cerveja Stanley e livros. O título mais comprado foi É Assim que Começa, da autora norte-americana Collen Hoover, cujo desconto chegou a 80% no Kindle e a 47% na versão impressa.

O título mais comprado na Black Friday da Amazon foi É Assim que Começa | Foto: Divulgação

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Startup que recruta…

Diante dos altos valores cobrados por consultorias de RH, o paulista Wagner Alexandre (ex-Loft e Brookfield) acaba de lançar uma startup focada em recrutamento e seleção. Ele promete preço justo. “O custo vai ser justo. As consultorias têm cobrado um fee (taxa/remuneração) altíssimo, em torno de 17% a 30% do salário anual de uma vaga para setores administrativos”, diz.

…e conecta

O profissional diz que há uma demanda de profissionais qualificados pelas grandes empresas brasileiras. “Há uma necessidade de trazer talentos mais seniores para as empresas, vagas de tecnologia que são complexas e operacionais que são bem rotativas”, diz Wagner. “Tenho paixão por conectar pessoas com oportunidades. Fui muito pobre e sempre gostei de ajudar. Tenho aqui essa oportunidade.”

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Boa sorte

Reação numa mesa no Upper East Side com advogados e economistas brasileiros, do banco Mundial ao JP Morgan, todos residentes em Nova Iorque, ao saber que Fernando Haddad era o mais cotado para assumir a Economia no governo Lula: “Boa sorte para quem ficar no Brasil”.

Upper East Side, em Nova Iorque | Foto: Nielskliim/Shutterstock

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1 comentário
  1. Jorge Apolonio Martins
    Jorge Apolonio Martins

    Uma economia administrada por Haddad não corre o risco de dar certo.

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