De volta ao Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou antigos hábitos. Entre eles o de desfavorecer o agronegócio em benefício dos autodenominados “movimentos sociais”. A maior evidência disso está no enfraquecimento do Ministério da Agricultura e Pecuária. A contragosto da bancada ruralista e de entidades vinculadas ao setor produtivo, a pasta foi fragmentada. O presidente ressuscitou o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que ganhou um complemento no nome: “e Agricultura Familiar”. Com o petista Paulo Teixeira no comando, a nomenclatura passou a ser meramente fictícia. Na prática, ele é o ministro do MST.
No decorrer dos últimos 13 meses, ficou evidente a subserviência de Teixeira aos invasores de propriedades privadas. Ele se tornou figurinha carimbada em eventos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e não perdeu sequer uma oportunidade de elogiar publicamente a sigla que aterroriza os profissionais do campo.
O trabalho do petista em favor do grupo invasor começou ainda no primeiro trimestre de 2023. Em março, ele deu a entender que a Suzano, empresa de papel e celulose, seria culpada pela invasão de militantes do MST a fazendas da companhia no interior da Bahia. O ministro sugeriu que a Suzano havia descumprido um acordo em relação a assentamentos.
Ainda em março, questionado sobre invasões de terras em propriedades produtivas, Teixeira definiu o ato criminoso como “conflito”. No mês seguinte, o ministro recebeu em seu gabinete lideranças do MST. Na ocasião, não se aguentou e reforçou que, para ele, invasão de terra deveria ser chamada de “ocupação”.
Em maio, os elogios se transformaram em ajuda financeira. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, repassou R$ 1,27 milhão para a realização de uma feira do MST em São Paulo. O evento, que contou com a participação de Teixeira, teve entre suas atrações uma peça teatral em que se encenou a prisão de “bolsonaristas”. Em novembro do ano passado, o ministro chamou as invasões de terras de “instrumentos legítimos de pressão”.
Ano novo, elogios novos
O ápice da relação amistosa entre o ministro e o movimento invasor aconteceu em 27 de janeiro deste ano, quando Teixeira foi a Guararema (SP) — ao lado de outros petistas e integrantes do governo Lula — para participar de um evento em comemoração aos 40 anos de atividade do MST. Ao discursar, o ministro reforçou a aliança do atual Poder Executivo com o movimento que há quatro décadas age contra o direito à propriedade privada no país. Entre outras coisas, afirmou que o grupo e o Partido dos Trabalhadores compartilham os mesmos sonhos.
“Vocês ajudaram Lula a subir a rampa do Palácio do Planalto”, disse o ministro. “Vocês carregam nossos sonhos. Quero dizer aqui da gratidão de Lula pelo MST, porque vocês sempre estiveram juntos na história. Tentaram acabar com o MST e prenderam Lula. Juntos, levamos ele para a Presidência, daí a gratidão.”
A fala ecoou no meio político. O deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania-SP), membro da Frente Parlamentar do Agronegócio Paulista, lamentou a postura de Teixeira. “Considero temerário um ministro de Estado e, mais ainda, da pasta do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, se pronunciar com tais palavras”, disse. “Denotam parcialidade e são carregadas de viés ideológico.”
No evento do MST, Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, classificou como “uma lição” o ato de expulsar fazendeiros e trabalhadores rurais de suas propriedades: “O MST tem feito política de direitos humanos há muito tempo. O movimento tem nos ensinado como fazer política de direitos humanos”.
Bancada do agro está de olho
“As declarações irresponsáveis de Paulo Teixeira não estão à altura do cargo de ministro de Estado”, observou o deputado federal Filipe Barros (PL-PR), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que completou:
“Algumas falas evidenciam como o regime lulopetista tenta carregar para o buraco o direito constitucional à propriedade privada. Hoje são artimanhas retóricas, mas, é bom lembrar, mais um do tal ‘abril vermelho’ se avizinha. Com ele, uma das linhas auxiliares do PT — leia-se, MST — poderá tentar aterrorizar o produtor rural com invasões de terras. Só que, enquanto oposição, vamos estar atentos e unidos contra aqueles que querem infernizar o trabalho honesto de quem labuta de sol a sol para colocar alimento na mesa do Brasil e do mundo.”
Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Londrina, o deputado reforça a necessidade de ir além das críticas aos defensores do MST. Barros avisa que o Legislativo — ou ao menos parte dele — atua para impedir os avanços das invasões no país. Em relação à fala de Teixeira ao chamar esses atos de “instrumentos legítimos de pressão”, ele lembra que a FPA, colegiado popularmente conhecido como bancada do agro, chegou a acionar a Procuradoria-Geral da República com representação contra o ministro por incitação ao crime.
Ajuda legal aos produtores rurais
Para Rafa Zimbaldi, os Poderes precisam demonstrar sintonia em ações contra invasões de terras e, consequentemente, em favor dos profissionais do campo. De acordo com o deputado, trabalhadores rurais precisam ter amparo do Judiciário. Além disso, devem ter apoio das forças de segurança do Estado, tarefa que cabe ao Executivo. Por fim, é necessário ampliar o relacionamento com membros do Legislativo.
“O produtor rural deve sempre recorrer à Justiça quando suas terras forem alvo de ações arbitrárias de qualquer tipo de invasão”, afirma Zimbaldi. Outra orientação quanto ao enfrentamento desse tipo de crime é buscar reforço das forças de segurança do Estado e dos municípios. Quem se sentir prejudicado ainda pode recorrer ao Poder Legislativo, a fim de ter acesso às leis que garantem o direito e a defesa de suas propriedades e produção rural. “Não dá para defender o indefensável, que é a invasão de propriedade.”
Reeleito graças à ‘recontagem’ de votos
Hoje ministro, Paulo Teixeira correu o risco de ficar desempregado depois do péssimo desempenho nas últimas eleições. Num primeiro momento, ele ficou de fora da lista de deputados federais eleitos por São Paulo. O petista recebeu 122 mil votos e só entrou para a relação de vencedores depois de a Justiça Eleitoral impugnar a candidatura do coach Pablo Marçal (Pros), que havia recebido 243 mil votos.
Além do Incra de São Paulo, outras cinco superintendências do instituto são chefiadas por figuras ligadas ao MST
Diante da impugnação da candidatura de Marçal, Teixeira chegou a afirmar, por meio do Twitter/X, que tinha sido eleito graças à “recontagem de votos”, mas apagou a mensagem horas depois da publicação. Oficialmente apto para cumprir o quinto mandato consecutivo na Câmara dos Deputados, ele — que já foi vereador e deputado estadual — nem chegou a assumir o posto na atual legislatura. Apesar de não ter nenhuma afinidade com reforma agrária ou agricultura familiar, virou ministro da área.
Cargos para militantes do MST
Mesmo na mira de críticas por parte da bancada do agro, Teixeira tem ido além de tecer elogios públicos ao MST. O ministro deu poder a defensores do grupo. Foi o caso da advogada Sabrina Diniz, que atuou na campanha eleitoral de Teixeira em 2022 e depois foi escalada para comandar a superintendência paulista do Incra. Na posse de Lula, Sabrina foi a Brasília e posou “fazendo o ‘L’” ao lado de uma criança usando o boné do MST.
Além do Incra de São Paulo, outras cinco superintendências do instituto são chefiadas por figuras ligadas ao MST: Bahia (Carlos José Barbosa Borges), Ceará (Francisco Erivandro Santos de Sousa), Goiás (Elias D’Angelo Borges), Rio Grande do Norte (Lucenilson Angelo de Oliveira) e Rio Grande do Sul (Nelson José Grasselli).
Ao todo, 22 das 29 superintendências do Incra são comandadas por pessoas indicadas por lideranças locais do PT — o número supera o de Estados porque há três divisões no Pará, baseadas em Belém, Marabá e Santarém. Uma das raras exceções se dá em Alagoas, onde o instituto tem como superintendente Wilson César de Lira Santos, primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
O aparelhamento não para por aí. Com a fragmentação do Ministério da Agricultura e Pecuária, Lula transferiu a gestão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a pasta sob comando de Teixeira. Para o posto de presidente do órgão, foi escolhido Edegar Pretto, político com histórico de militância no MST.
Em agosto de 2023, Teixeira foi convidado a comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dedicada a investigar o MST. O ministro não só discutiu com os parlamentares. Também afirmou que os militantes de grupos invasores de terras não eram responsáveis por casos de violência no campo.
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A fala dele soa a pessoa drogada ou bebada
Impressionante a “ qualidade” dos ministros desse desgoverno . Só temos a lamentar.
Mais um PTralha destruindo a economia do país.
É bom lembrar que parte da aposentadoria de todo contribuinte vai para essas criaturas do INCRA, basta pegar uma guia de pagamento do INSS do empregador e ver lá o percentual para essa cambada. Todo mundo deveria saber disso. Não só INCRA, como também Sesi, Sesc, Sindicato de ”educação”, etc.
Nao seria esse o Tal deputado que estava se Lixando para I Povo?
Que corja de bandidos esse ministério do desenvolvimento agrário e agricultura familiar. Devia ser ministério do terrorismo agrário e invasões familiar de jumentos, e ainda tem mais esse tal de Zimbaldi pra ficar com essa retórica indiota, ele devia arranjar uma lavagem de roupa seria mais útil
MST é um grupo terrorista.
Simples assim.
Integrantes do mst não passam de guerrilheiros rurais assim, como o médicos cubanos? não passam de guerrilheiros de jalecos brancos.
PAULO TEIXEIRA à SERVIÇO DA BANDIDAGEM DO MST eita BRASIL de caboclo …..
*Revista Oeste – Edição 204* *Parabéns e não abandonem o Brasil* Anderson fraternal abraço