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Edição 34

Carta ao Leitor — Edição 34

As perguntas que surgem nas reuniões de pauta, a visão unilateral da imprensa, o autoritarismo progressista e o Brasil fabuloso dos vereadores

Redação Oeste
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Numa reunião de pauta são feitas perguntas difíceis que têm potencial de resultar em matérias relevantes — depois de uma alentada apuração e da indispensável checagem. Há numerosas categorias de perguntas que repórteres e editores fazem uns aos outros. Existem perguntas pertinentes e momentosas. Mas há também questões incômodas, atrevidas, politicamente incorretas, nonsense, ofensivas e mesmo as impublicáveis. As que provocam os debates mais calorosos são normalmente aquelas com vocação para tornar-se boas pautas. A regra é: qualquer pergunta vale. Ou, pelo menos, a regra era essa. Hoje, as redações da chamada “imprensa tradicional” têm optado por vetar um conjunto de perguntas que classifica como obtuso, inconveniente ou disparatado. Um jornalista será ignorado ou repreendido caso pergunte:

  • Se a CoronaVac é mesmo um produto de qualidade, por que, além de Brasil e China, apenas Turquia e Indonésia firmaram convênio com o laboratório chinês Sinovac?
  • O que explica cerca de 30 mil mortes a menos de doenças pulmonares entre março e setembro de 2020, quando os números se mantêm no mesmo patamar ao longo dos anos? Essas mortes podem ter sido indevidamente contabilizadas como covid-19?
  • Por que o Twitter derrubou a conta de uma servidora da Casa Branca que compartilhou o link de uma matéria do New York Post segundo a qual há provas de que Joe Biden, quando vice-presidente de Obama, exerceu tráfico de influência em favor de uma companhia ucraniana da qual seu filho Hunter era diretor?
  • Existem realmente evidências de que as lavouras de soja estejam contribuindo para a devastação na Amazônia?

Respostas a todas essas indagações interditadas nas redações da “grande imprensa” já foram apresentadas aos assinantes da Revista Oeste em números anteriores — edições 32, 21, 30 e 18, respectivamente. Na nossa redação não existem perguntas proibidas. Nem temas previamente vetados.

A dúvida que o economista Rodrigo Constantino esclarece em seu artigo desta semana diz respeito à nova Guerra Fria. Como ficará o embate Estados Unidos X China sob a administração Joe Biden? Alguns analistas consideram que a China terá sua influência reduzida, dado que Biden tende a reaproximar os EUA de parceiros históricos que Trump afugentou — União Europeia e o bloco da Parceria Transpacífica, que acabaram pendendo para a área de influência chinesa. Outros especialistas consideram que Biden não será tão firme com a China e isso favorecerá a escalada do poder da ditadura do leste. Constantino trata com objetividade e clareza das diferenças entre a diplomacia da retórica, do “chá das 5”, e a diplomacia firme com foco em resultados.

A pergunta que Ana Paula Henkel ficou encarregada de responder é “quem é (de verdade) Kamala Harris”? Kamala vem sendo beatificada pela mídia. Mulher negra empoderada — para usar um jargão caro aos progressistas —, é a vice perfeita para a discursaria do Partido Democrata. Mas quais são os planos reais da ex-senadora e ex-procuradora-geral do Estado da Califórnia? Uma pista: “Vêm aí consequências muito mais graves do que as provocadas pelas malcriações no Twitter do homem laranja do mal”, diz Ana Paula.

A turma que festeja incondicionalmente a senhora Harris não se conforma com a quantidade de eleitores que cravou o Partido Republicano na cédula de votação. “A raiva de latinos e negros que votaram em Trump é motivada por uma imagem dessas pessoas como anomalias raciais, traidores da própria raça”, considera Brendan O’Neill, editor-chefe da revista Spiked, que no Brasil é parceira exclusiva de Oeste. “Na rígida visão de mundo das elites identitárias, as pessoas não são indivíduos nem membros de uma classe econômica — são simples manifestações de raça e etnia e devem se enquadrar nesse papel”.

Esse discurso é reiterado pelo “complexo formado pela mídia, politicalha, classes intelectuais e pelo resto do sopão liberal-democrático-equilibrado-centrista-progressista-europeu-civilizado”, escreve J. R. Guzzo. Esse combo contribui para conferir uma certa inflexão de normalidade a um ambiente no qual indivíduos não eleitos têm licença para estabelecer ordens que toda a sociedade terá de cumprir. É o império dos sem-voto.

Quem de fato é eleito tem todo o direito de cumprir o pacto estabelecido durante a campanha, mesmo que isso implique desagradar àqueles que votaram em favor de outras plataformas. É do jogo democrático, como demonstra Augusto Nunes. “Ninguém prometia, como agora é moda, ‘unificar’ as tropas que regressavam do front”, comenta Augusto, lembrando divertidos episódios da história política de Taquaritinga, no interior paulista, sua cidade natal. “Os que sonham com a inexistência de gente que pensa diferente são órfãos de ditaduras à caça do regime de partido único. Todos os países livres (e mesmo os partidos) vivem divididos. Isso é da vida”.

Neste domingo, dia 15, o país irá às urnas escolher prefeitos e vereadores. A editora Branca Nunes e o repórter Artur Piva apresentam uma extraordinária radiografia do Brasil em que vivem os legisladores municipais. “Vereadópolis” é uma belezura. Tem dinheiro sobrando, privilégios, carros oficiais e todos aqueles “auxílios”. Em troca, nem é preciso trabalhar tanto. São poucas horinhas por semana. Quem arca com tudo é o pagador de impostos. Mas tem como dar jeito nessa mamata. Você verá na reportagem de capa desta Edição 34. Branca e Piva empenharam-se para responder a algumas perguntas complexas. Este, afinal, é o nosso papel.

Boa leitura.

Os Editores.

 

5 comentários
  1. Carlos
    Carlos

    Obrigado RO!! A única revista equilibrada e de bom senso neste país , onde a mídia adotou discurso e profissionais de 5a categoria , além de não fazer questão de participar do mundo real.
    Grato a você é Guzzo , e demais profissionais de primeira classe que nos escrevem.
    Abraços!

  2. Júlio Rodrigues Neto
    Júlio Rodrigues Neto

    Como já se não bastassem altos salários, aposentadorias privilegiadas, privilégios mil e etc., etc. , foi criado em 2017 o Financiamento Público de Campanha, para, a cada eleição, tirar dinheiro do cidadão, para distribuir com partidos políticos. É verba da saúde, educação, transportes, energia, abastecimento de água e esgoto, moradias, jogada fora. Em apenas 2 eleições, já sugaram dos cofres públicos 3,7 BILHÕES DE REAIS

  3. Marina Dias Nogueira
    Marina Dias Nogueira

    Assinei a revista por indicação do Rodrigo Constantino e estou adorando! Jornalismo sério, informativo e Apartidário, como tem que ser! Parabéns!!

  4. Eric Kuhne
    Eric Kuhne

    Ótimas pautas, novamente. Só estranho a Revista Oeste já assumir que os Democratas Biden/Harris é que vão governar os “Estados Desunidos”, pois a análise das fraudes ainda está em curso

    1. Ney Pereira De Almeida
      Ney Pereira De Almeida

      Aliás, caro Éric, essa linha de pensamento, coincidente com toda a mídia global que resolveu DECLARAR a vitória de Biden, antes dos Órgãos Oficiais, – e até mesmo antes de encerrada a apuração – acaba reforçando as suspeitas de Trump, NADA ABSURDAS se consideradas as FARTAS EVIDÊNCIAS enxergadas por todos OS NÃO CEGOS que assistiram uma ENXURRADA de vídeos feitos por populares INDIGNADOS (republicanos e democratas) voluntariamente , exibidos no YouTube, claro. Para a extrema imprensa, NEM MESMO existiu o Laptop do Hunter Biden. Menos ainda as fraudes banais e INDECENTES dos fios e microfones aparecendo – mal escondidos no corpo do Sleepy Joe (desonestamente, porque era proibido o uso de “ponto eletrônico”). Nessa trilha de ignomínia, fica claro que a Midis Global jamais falaria sobre a SMARTIMATIC e sua “laranja” a DOMINiON VOTING – ambas sediadas no EXTERZiOR e – só por isso – de participação criminosa nas eleições , como fixado na Constituição Federal. Todos esses fatos (não opiniões) deveriam ser suficientes para qualquer jornalista sério se sentir obrigado s questionar e, mais ainda, impedido de citar como vitorioso o grande favorecido por tantas irregularidades. E veja que nem citei as montanhas de cédulas de Trump descartaras em lixões e beiras de estrada, tampouco as centenas de milhares favoráveis à Biden – com todo tipo de irregularidades, denunciados por simples funcionários do Correio. E tudo isso em apenas seis Estados-chave que, resolveram revisar toda s apuração e ainda não encerraram os trabalhos. O resultado OFICIAL divulgado até agora mostra vantagem de 5 pontos pró Trump. Confesso que isso me deixa confuso e apreensivo quanto à confiabilidade que a Revista Oeste vinha me transmitindo até aqui. Não gosto de açodamento e pré julgamentos. Por isso vou pagar pra ver, mas muito atento.

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