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Edição 45

A universidade morta

É terminante a proibição à criatividade intelectual, ao debate e às opiniões independentes. Só são admitidos como válidos os pontos de vista de 'esquerda'

J. R. Guzzo

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Um artigo narrando episódios da vida cotidiana como ela realmente é numa das grandes universidades de São Paulo, e que acaba de ser publicado na revista piauí, revela o lado escuro e muito pouco falado das salas de aula mais elevadas deste país. É, no conjunto, um comentário chocante sobre as realidades do ensino superior público de hoje no Brasil. O autor do relato se apresenta sob um pseudônimo. Ele é um professor universitário e, pelos fatos que expõe, é muito compreensível que tenha mesmo de manter o seu nome em sigilo; do contrário seria impossível, na prática, continuar exercendo a sua profissão.

O depoimento narra a história de um colega da área de ciências humanas — onde mais poderia ser? — que, ao chegar para a aula que iria dar certo dia num curso de pós-graduação, foi informado pelos alunos que a carga de leitura que estavam recebendo era excessiva — dois ou três trabalhos por semana, no máximo de vinte páginas cada um. O que eles queriam, então? Resposta: os alunos exigiram que eles próprios formassem pequenos “grupos auto-organizados”, que teriam o direito de escolher os textos que quisessem ler; assim, poderiam acabar o semestre mais cedo.

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