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Edição 66

O Facebook se tornou cúmplice da China?

Graças à restrição a qualquer discussão sobre a teoria de que a covid-19 pode ter vazado de um laboratório em Wuhan, pessoas no mundo todo foram submetidas ao silenciamento à moda chinesa

Brendan O'Neill, da Spiked

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Nos últimos meses os moradores da China não foram os únicos a ser proibidos de falar mal do regime chinês. O mesmo ocorreu com bilhões de pessoas mundo afora. Graças ao Facebook e à sua restrição a qualquer discussão sobre a teoria de que a covid-19 pode ter sido “fabricada” ou pode ter vazado de um laboratório em Wuhan, pessoas nos Estados Unidos, na Inglaterra, na França e no mundo todo foram submetidas ao silenciamento à moda chinesa. Elas foram basicamente impedidas de dizer qualquer coisa que pudesse constranger o Partido Comunista Chinês. Os chefões supostamente descolados e cool da World Wide Web ajudaram a globalizar a repressão do PCC ao pensamento livre e ao debate aberto.

Precisamos falar sobre isso. O Facebook agora retirou as restrições a posts que descrevem a covid-19 como “artificial” ou “fabricada” ou que dizem que o vírus escapou de um laboratório — o Instituto de Virologia de Wuhan, para sermos exatos. Isso pavimentou o caminho para seus 2,7 bilhões de usuários discutirem livremente a possibilidade de a covid-19 ter surgido em uma instalação científica, e não em uma tigela de sopa de morcego. Mas esse não deveria ser o fim da questão. Não deveríamos casualmente esquecer o fato de os bilionários supostamente antenados do Vale do Silício terem passado meses apagando de suas plataformas especulações sobre atos ilícitos ou descuidos em relação à covid-19. Porque essa questão dramática, essa aliança tão infeliz entre os tecnocratas da Califórnia e os autocratas de Pequim, joga luz na loucura e nos perigos da censura on-line.

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