A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou um lote (nº 220714) falsificado do medicamento Mounjaro (tirzepatida), aprovado em setembro de 2023 para o tratamento de diabetes tipo 2 no Brasil, mas ainda não comercializado.
Segundo a fabricante Eli Lilly, o lote falsificado apresentava problemas de segurança, esterilidade e eficácia.
Alguns frascos continham bactérias, altos níveis de impurezas, cores diferentes (rosa, em vez de incolor) ou estrutura química diferente dos medicamentos aprovados pela Lilly. Em pelo menos um caso, o produto não passava de álcool.
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A farmacêutica também alertou sobre pílulas manipuladas e outras versões orais da tirzepatida, cujas segurança e eficácia não foram avaliadas por órgãos reguladores. A única forma de administração aprovada do medicamento é por injeção subcutânea.
Fabricante do Mounjaro publica carta aberta sobre falsificação
Como alerta à população brasileira, a Lilly publicou uma carta aberta em que informa sobre os riscos graves de utilizar medicamentos falsificados e manipulados com tirzepatida.
No documento, a empresa afirma que o princípio ativo aprovado pelas autoridades de saúde é fornecido legalmente somente pela empresa. A Lilly destaca que não fornece nenhum ingrediente ativo para farmácias de manipulação nem outras empresas.
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O laboratório reforçou ainda que não comercializa o Mounjaro nas redes sociais.
“Qualquer medicamento da Lilly sendo vendido por anúncio nas mídias sociais é ilegal”, diz trecho da carta. “Esses produtos podem ser falsos ou estão sendo revendidos por indivíduos que os obtiveram por outros meios.”
A carta esclarece que produtos que alegam conter tirzepatida não são inspecionados pelas autoridades regulatórias e podem ser fabricados em condições insalubres e inseguras.
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Além disso, podem não conter o princípio ativo, ou conter o princípio ativo incorreto, com dosagens erradas, ou até mesmo vários medicamentos misturados, o que pode resultar em graves problemas de saúde.
De acordo com a Lilly, já foram vistos anúncios de pílulas, comprimidos, chip, spray nasal e outras versões orais do Mounjaro. Nenhum órgão regulador avaliou a segurança, eficácia de qualquer administração oral ou nasal da molécula.
Quem utilizou as versões falsificadas e manipuladas do medicamento deve procurar um médico.