Sabrina Gomes, uma jovem de Fortaleza de 24 anos, aguarda há quase um ano por um tratamento essencial para enfrentar uma doença rara. Desde dezembro de 2023, Sabrina espera que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) forneça um medicamento para o tratamento de um tumor invasivo em seu tórax.
Esse medicamento, chamado lutécio, custa aproximadamente R$ 32 mil por dose, e a jovem precisa de quatro aplicações para combater a doença.
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O tumor raro, um timoma, provoca a produção excessiva do hormônio ACTH, que geralmente a hipófise regula em quantidades normais. No caso de Sabrina, o ACTH está em níveis elevados, o que resulta em problemas de saúde graves, como insuficiência renal, hipertensão, dificuldades para respirar e até alterações na tonalidade da pele.
Esse excesso de ACTH estimulou as glândulas adrenais a liberarem cortisol em grandes quantidades, levando ao desenvolvimento da Síndrome de Cushing, que traz efeitos como acúmulo de gordura, fadiga e dificuldades de cicatrização.
Em uma tentativa de estabilizar a condição, os médicos realizaram a remoção das glândulas adrenais em 2022. Porém, o tumor seguiu produzindo ACTH, causando hiperpigmentação e escurecimento da pele de Sabrina. A cearense foi diagnosticada com o timoma ainda na adolescência.
Tratamento contra tumor raro
O tratamento com lutécio, proposto pela equipe médica, oferece uma nova esperança para a jovem, pois o medicamento tem propriedades radioativas que atacam diretamente as células do tumor. No entanto, o custo elevado impede que ela tenha acesso ao tratamento sem a ajuda do governo.
Em março de 2024, a Justiça determinou que a Sesa fornecesse o lutécio, mas, mesmo com uma decisão favorável, Sabrina ainda espera pela medicação.
Apesar de novas ordens judiciais exigindo agilidade, a Sesa enfrenta dificuldades administrativas para concluir o processo.