Um estudo da Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratética (IPEC) apontou um aumento no consumo diário de cigarro eletrônico, conhecido popularmente como vape.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a venda dos cigarros eletrônicos desde 2009. Mesmo sem padrões sanitários estabelecidos, o consumo do vape segue aumentando. Em 2022, eram 2,2 milhões de usuários frequentes, de acordo com o estudo do IPEC. Em 2018, para se ter uma ideia, eram menos de 500 mil.
Todo o mercado de vaporizadores e produtos de tabaco aquecidos é ilegal no Brasil. Em contato com a CNN, Alessandra Bastos, ex-diretora da Anvisa, revela que a proibição do vape no Brasil só existe na teoria.
“[A proibição do vape no Brasil] É uma falácia, porque nós conseguimos encontrar o cigarro eletrônico em qualquer lugar, em banca de jornal, na porta dos colégios, na porta das universidades, em bares, em restaurantes, na praia, nos ambulantes…”, diz Alessandra. “Então, essa proibição só existe para empresas que querem vender o produto obedecendo as normas sanitárias.”
Perigo à saúde
Populares entre os mais jovens, os cigarros eletrônicos fazem parte da vida de cerca de 20% de pessoas entre 18 e 24 anos no Brasil, segundo um relatório da Covitel — pesquisa sobre doenças crônicas não transmissíveis, emitido pela Umane, associação civil sem fins lucrativos que visa a promover a saúde.
“O cigarro eletrônico tem uma concentração maior de nicotina do que o cigarro comum”, adverte Maria Carolina Ferrari, especialista em pneumologia pela Universidade Federal de São Paulo. “A única diferença é que ele não tem o monóxido de carbono, já que não ocorre a combustão e não precisa do fogo para acender.”