A necessidade de localizar prestadores de serviços para pessoas com deficiência (PCDs) fez Ana Guedes, de 55 anos, e a amiga dela, Chris Calmon, 51, criarem o app ‘Tamos Aqui’, conforme conta artigo de revista da Globo. Ana é mãe de uma criança autista de 11 anos.
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O aplicativo facilita a rotina de quem precisa de acesso rápido a profissionais especializados. Deve ser lançado ainda neste mês, inicialmente para aparelhos Android.
O segmento, conta a Globo, que se encaixa aos serviços do aplicativo é de 9% da população brasileira com dois anos ou mais. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que, no Brasil, há18,6 milhões de PCDs com essas características.
Esse público, porém, ainda encontra desafios para acessar os serviços mais básicos.
“Eu faço parte da persona (principal público-alvo) do projeto porque eu tenho um filho com autismo que é não verbal e que é altamente dependente”, afirma Ana.
“Então, eu conheço todas as dores, todos os desafios, todos os sonhos e todos os desejos dessa persona.”
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Na criação do produto, a empreendedora se baseou nas experiências da maternidade. Mas também nas vivências profissionais. Há mais de 20 anos ela trabalha com Chris no ramo da publicidade.
Mais recentemente, ambas ingressaram na área de “experiência do usuário” (UX, em inglês). A experiência das duas foi determinante para que o projeto, idealizado no ano passado, chegasse aos smartphones de quem mais precisa, conta o artigo.
Na versão inicial, trabalham cerca de 20 profissionais. A ideia é ampliar o portfólio do buscador nos próximos meses. Com a possibilidade de cadastro voluntário de quem trabalha com PCDs e com a inserção de prestadores de serviços indicados pelos próprios usuários.
Desta maneira, informa a revista da Globo, a meta é oferecer uma ampla gama, espalhada pelo Brasil, de dados de professores, trabalhadores da beleza, dentistas, terapeutas e cuidadores, entre outros.
O cadastro de usuários e de profissionais será gratuito, conforme informa a reportagem.
A ideia é que cotas de patrocínio financiem o empreendimento. Estas já começaram a ser apresentadas para as empresas. O investimento na cota mais barata, a Bronze, é de R$ 5 mil por mês. A de maior valor, a Diamante, custa R$ 75 mil mensais.
Necessidades de ajustes
As empresas patrocinadoras não poderão ser as mesmas que ofertarão os serviços cadastrados, diz Ana à revista.
“A gente não quer que o profissional pague pelo cadastro e que depois os usuários pensem que aquela avaliação positiva dele no aplicativo tem relação com o pagamento.”
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Inicialmente, o aplicativo seria disponibilizado neste domingo, 3, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Mas a necessidade de ajustes técnicos adiou o lançamento.
O aplicativo, diz a publicação da Globo, é uma maneira de Ana realizar também um desejo antigo.
Ela procurava, há tempos, uma maneira de trabalhar em algo que não prejudicasse a dedicação que precisa dar ao seu filho autista.
“Um dos grandes desafios que eu tenho e que outros pais também têm é o de conciliar a vida profissional com a de mãe e pai”, afirma a empreendedora, na matéria.
“Muitos profissionais acabaram se especializando em atender pessoas com deficiência por causa dos seus filhos. E esse projeto, para mim, veio a calhar com o que eu já estava em busca.”