Elaine Foo, de 49 anos de idade, perdeu parte da mobilidade das pernas depois que se submeteu a várias cirurgias para o aumento da extensão das suas pernas.
Em entrevista ao site BBC News, de Londres, Elaine afirmou que sua intenção era ficar mais alta, pois sofria de uma doença chamada dismorfia corporal.
A dismorfia corporal é um tipo de transtorno mental que faz com que uma pessoa desenvolva um foco obsessivo em um defeito na sua aparência. Esse defeito, no entanto, não é reconhecido da mesma forma por outras pessoas.
Mulher sentia as pernas queimando
O objetivo de Elaine era crescer de 1,57 m para 1,65 m. Na reportagem, o site não informa a nacionalidade e nem a profissão da mulher.
A paciente recorda que o início do processo foi “muito empolgante, porque parecia que nada tinha acontecido. Sem dor, porém, 90 minutos depois, começou”.
Elaine descreveu que a sensação era de pernas cozinhando, como se estivessem sendo assadas por dentro. “Naquela primeira noite, eu gritei até as 6 da manhã, até adormecer gritando”.
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O sofrimento de Elaine aconteceu porque, segundo exames de imagem, uma das hastes, colocadas para “alongar” as pernas, se quebrou. Esse fato explicaria, também, o fato de uma perna ter crescido mais do que a outra.
O caso relatado na reportagem aconteceu no Reino Unido, onde Elaine diz ter passado por uma série de procedimentos, entre eles, cinco cirurgias e três enxertos ósseos.
Médico culpa paciente por negligência
A mulher afirma ter gastado o que tinha do seu dinheiro. A cirurgia teria custado o equivalente a R$ 351 mil. Insatisfeita com os resultados, Elaine moveu uma ação na Justiça londrina.
O resultado da ação foi divulgado recentemente. O médico não assumiu a responsabilidade por eventuais erros. Em vez disso, propôs e pagou uma indenização citada na reportagem como “quantia substancial”.
Em sua defesa, o cirurgião ortopédico Jean-Marc Guichet alegou que Elaine foi negligente nos períodos pós-operatórios.
O médico, por meio do seu advogado, afirmou, inclusive, que a mulher fez uso de medicamentos incompatíveis com a recuperação, entre eles, antidepressivos.
O preço de uma obsessão
Anos depois de tanto sofrimento, Elaine justifica o desfecho dizendo que sempre odiou sua altura. Acrescenta que aos 12 anos era mais alta do que a maioria das meninas. Contudo, quando fez 14 anos, era a mais baixa da turma.
Segundo ela, ficar mais alta virou uma obsessão porque, na sua visão, ser mais alta significa ser melhor, mais bonita e com mais chances de sucesso na vida. Na idade adulta, a obsessão tornou-se devastadora.
A mulher conta que se sentia segura porque estava pagando caro pelo tratamento. Mas, hoje, afirma que o preço foi muito mais alto. “Perdi os melhores anos da minha vida”, disse. “Se me perguntassem se teria feito a cirurgia caso soubesse o que iria passar, diria um definitivo ‘não, muito obrigada’.”