Enquanto promovem o #FiqueEmCasa, deputados aproveitam para encher o tanque (e com dinheiro do contribuinte, via cota parlamentar)
Embora o Brasil esteja em estado de calamidade pública desde meados de março, quando o Congresso Nacional aprovou o decreto do presidente Jair Bolsonaro, a situação da cota parlamentar não parece nada calamitosa para os deputados federais. Pelo contrário, inclusive. No decorrer dos últimos três meses, período em que o Brasil se vê diante do vírus chinês, integrantes da Câmara gastaram quase R$ 2 milhões somente com “combustíveis e lubrificantes”.
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Enquanto muitos partidos e agentes políticos pegam carona em campanhas nas redes sociais para promover a hashtag FiqueEmCasa, há deputados federais que aproveitam para encher o tanque. Ou seja: querem que o povo não saia de casa, mas eles próprios estão circulando bastante. E isso porque sessões da Câmara estão sendo realizadas de forma virtual. O trabalho remoto não os impede, contudo, de gastar o dinheiro do contribuinte. Afinal, a chamada cota parlamentar vem dos cofres públicos.
PT no topo
O que pode até soar ironia vem do Partido dos Trabalhadores. Embora peça à população que fique em casa, o comando da legenda parece ter se esquecido de dar o recado a um de seus deputados. Beto Faro (PT-PA) aparece na liderança no valor de uma única nota fiscal para compra de “combustíveis e lubrificantes”. Conforme indicam os dados analisados por Oeste a partir do Portal de Transparência da Câmara, o petista gastou exatos R$ 6.000,00 somente em uma ida ao posto de combustível. O pedido de reembolso pelo abastecimento foi feito em 3 de abril.
Outros casos
O petista Beto Faro não foi o único a encher o tanque em meio à pandemia. Ao todo, de 1º de março até 12 de junho, deputados federais foram responsáveis pela emissão de 6.740 notas fiscais referentes a gasolina e afins. Assim, foram gastos R$ 1.906.035,52 da cota parlamentar com esse tipo de serviço. Além do membro do PT do Pará, outros deputados se destacam pelo valor de uma única nota fiscal. No top 10 de “enchidas de tanque” durante a pandemia, um único parlamentar — Professor Alcides (PP-GO) — aparece três vezes.
Nesse sentido, Oeste organizou um ranking dos maiores gastos via cota parlamentar com “combustíveis e lubrificantes” durante a pandemia — mas levando em consideração o valor absoluto de nota fiscal. Confira abaixo.
- Beto Faro (PT-PA) — R$ 6.000,00
- Professor Alcides (PP-GO) — R$ 6.000,00
- Flaviano Melo (MDB-AC) — R$ 5.996,21
- Flaviano Melo (MDB-AC) — R$ 5.994,87
- Professor Alcides (PP-GO) — R$ 5.985,87
- Professor Alcides (PP-GO) — R$ 5.978,13
- Marreca Filho (Patriota-MA) — R$ 5.964,78
- Severino Pessoa (Republicanos-AL) — R$ 5.946,82
- Marreca Filho (Patriota-MA) — R$ 5.925,15
- Eduardo Costa (PTB-PA) — R$ 5.908,26
Essa corja vai ser processada ?
Esse sujeito Beto Faro (PT-PA) não tem nem o pudor de emitir uma nota fiscal falsa, num valor que seja justificável, nem que seja pelos algarismos……..quem nesse mundo abasteceu qualquer quantidade de veículos e o valor final resultou num número redondo? R$6.000,00 ?
Eu penso que uma Câmara com mais de 500 membros é um desperdício de dinheiro. O que eles fazem por merecer tantos privilégios monetários e o que nos devolvem em serviços? Veem o exemplo da gasolina; isso por que estão num quase recesso, se não, o gasto seria muito maior.
Um dos grandes entraves do crescimento do Brasil é essa sórdida classe política. Eles não estão nem aí para a calamidade que atinge o País. Usam e abusam de um direito que não têm. Políticos honestos, por essas plagas, contam-se no dedos de u’a mão.
Concordo plenamente. Infelizmente no Brasil ocupar cargos públicos é visto como a maneira de ganhar (muito) dinheiro, trabalhar (muito) menos e ter o “futuro financeiro” garantido. A história nos conta, direitinho, como essa prática foi sendo instituída e ganhou corpo ha, pelo menos, 1 século. Apenas países que proporcionam Educacao à população tem a possibilidade de reverter esse processo. O Brasi está distante disso. Quando vislumbramos a “luz no fim do túnel” as atitudes para a mudança são ceifadas pelos que não querem e não admitem um Brasil “de todos e para todos”. São os indecentes da nossa história.