Senador também falou sobre as medidas econômicas adotadas pelo governo
O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) defendeu que os R$ 2 bilhões do fundo eleitoral devem ser destinados para combater o coronavírus, mas afirmou que ainda é cedo para falar de adiamento das eleições municipais.
Fundo eleitoral e adiamento das eleições
Em entrevista exclusiva a Oeste, ele disse que, caso a pandemia se estenda até agosto, “o bom senso recomendará o adiamento porque será impossível a realização de uma campanha eleitoral”. O senador afirmou, no entanto, não acreditar que as eleições devam ser adiadas se houver um “arrefecimento” até lá, como está previsto.
“O Fundo Eleitoral deveria ser aplicado no combate ao coronavírus. Há uma emergência. Isso é indiscutível. A gravidade da pandemia também não se discute. Nós ficamos buscando recursos de todas as fontes e não podemos recusar o dinheiro do Fundo Eleitoral. Então, sim, seria lúcido. Agora é patriótico utilizar os recursos do fundo”, disse a Oeste.
Ele disse que, se as eleições fossem adiadas, além dos R$ 2 bilhões do fundo, também poderia ser utilizado mais R$ 1 bilhão destinado ao Tribunal Superior Eleitoral para a administração do processo eleitoral.
O senador, inclusive, chegou a lançar enquete no Twitter sobre o adiamento do pleito. Das 4.043 pessoas que participaram da pesquisa até esta segunda-feira, 30, 65% concordaram que as eleições de 2020 devem ser adiadas.
O ministro do Supremo Luís Roberto Barroso, que vai presidir o TSE a partir de maio, defende que ainda é cedo para falar em adiamento das eleições, que estão previstas para 4 de outubro.
MP 936/2020
Em relação à medida provisória que reduz salários de 25 a 70%, o senador defende que ela é “adequada para esse momento”. Ele lembra que a proposta prevê que o governo faça a complementação salarial com base nos valores do seguro desemprego.
Alvaro Dias disse ainda que as medidas econômicas adotadas pelo governo Bolsonaro são uma contribuição importante neste momento, mas podem não ser suficientes.
“Há uma grande distância entre o anúncio e a execução. O governo não pode ser bom de anúncio e péssimo de execução. As linhas de crédito que estão sendo abertas ainda não foram destravadas. Há necessidade, inclusive, de buscar uma participação mais eficiente das instituições financeiras não só bancos públicos mas também privados”, afirmou o senador a Oeste.
Sessões virtuais e o isolamento social
Alvaro Dias afirmou que as sessões virtuais “engessam” o debate, mas permitem que medidas sejam analisadas e votadas com mais rapidez: “é uma inovação importante que vem a calhar nesse momento de dificuldade”.
Em relação às medidas restritivas durante a pandemia, o senador diz ser importante a preocupação com o “dia seguinte”, mas que elas são inevitáveis e seguem recomendações de especialistas. “O que há, é a necessidade do governo paralelamente adotar medidas econômicas que possam superar essa fase de crise”, finaliza.