O incêndio na boate Kiss, na cidade gaúcha de Santa Maria, resultou nas mortes de 242 pessoas em 27 de janeiro de 2013. Exatamente oito anos depois da tragédia, nenhuma pessoa ainda foi julgada. Por ora, quatros réus aguardam realização de júri popular, mas sem data definida.
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A falta de parecer por parte do Poder Judiciário incomoda quem perdeu um familiar ou amigo na tragédia. É o caso de Flávio Silva. A filha dele, Andrielle, foi uma das vítimas do incêndio, que além dos mais de 240 mortos foi responsável por cerca de 680 feridos.
“São oito anos de sofrimento e dor”
“Essa situação é muito injusta”, lamenta Silva, que é presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria. “São oito anos de sofrimento e dor e, durante esses anos, a gente perdeu muitos familiares, pais de vítimas, que tiveram outras doenças, agravadas pela dor da perda, e acabaram morrendo”, relatou, informa a Agência Brasil.
Os réus
Segundo a Agência Brasil, o processo criminal a respeito do incêndio da boate Kiss conta com 85 volumes, com quatro pessoas atualmente na condição de réus: Elissandro Callegaro Spohr (sócio da boate Kiss), Mauro Londero Hoffmann (sócio da boate Kiss), Marcelo de Jesus dos Santos (vocalista da banda Gurizada Fandangueira) e Luciano Bonilha Leão (produtor musical). O quarteto responde por homicídios e tentativas de homicídios.
O incêndio na boate Kiss teve início com sinalizador acendido por um dos integrantes do Gurizada Fandangueira. As faíscas atingiu a espuma de isolamento acústico do estabelecimento, material altamente inflamável e que liberou gases tóxicos, como o cianeto. A maioria das vítimas morreu por inalação da fumaça tóxica. Segundo investigações, o local não contava com saídas de emergência e não tinha quantidade suficiente de extintores.
Houve um caso idêntico na Argentina: incêndio numa Boate com dezenas de mortos. Na época, o Prefeito de Buenos Aires – local do ocorrido- era virtual candidato a presidência da república nas eleições que se avizinhavam. As investigações mostraram que a Prefeitura local facilitou a emissão do Alvará e flexibilizou os protocolos de segurança e se omitiu na fiscalização que – por sua falta- acabou redundando na tragédia. Ao tomar conhecimento a população foi às ruas e protestou com panelas até que o Prefeito renunciasse ao cargo. A carreira política dele teve seu fim neste ato popular. E nós?
O Hipócrita genocida do Dias Toffoli até “chorou” quando ele usou esse caso para justificar seu voto na liberação dos seus pares vagabundos presos em segunda instância. Será que seu “choro” era de alegria e não de tristeza?