Enquanto a humanidade concentra esforços para chegar a Marte nas próximas décadas, um grupo de cientistas e engenheiros desenvolveu o projeto de uma cidade sustentável no planeta vermelho. Ela foi batizada de Nüwa e é planejada para abrigar cerca de 250 mil habitantes.
Segundo os pesquisadores, o que é ainda é um sonho distante pode começar a se tornar realidade já em 2054, com o eventual início da construção propriamente dita. A expectativa dos cientistas do grupo é que Nüwa esteja pronta para receber a primeira leva de habitantes em 2100.
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O trabalho vem sendo desenvolvido por meio de uma parceria entre a ABIBOO Studio e a Sustainable Offworld Network (SONet). A cidade futurista em Marte foi selecionada como um dos projetos finalistas do concurso de assentamentos viáveis realizado no ano passado pela Mars Society. A pesquisa é coordenada pelo astrofísico Guillem Anglada, responsável também pela descoberta do exoplaneta Proxima b.
De acordo com os cientistas, o local imaginado como possível sede da instalação da base é a região de Tempe Mensa, composta por um enorme terreno íngreme que ofereceria condições de criação de uma cidade vertical — usando as rochas como protetores de radiação e meteoritos, além de ter acesso indireto à luz solar.
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A ideia é dividir a população inicial de 250 mil habitantes em cinco outros locais nos quais ficariam pequenas cidades. Uma delas seria Abalos, que ficaria localizada no polo norte de Marte; outra é chamada de Marineris e se localizaria no Valle Marineris, o maior cânion no Sistema Solar. Um dos pontos centrais do projeto é a autossustentabilidade. O assentamento precisa ser capaz de obter todos os recursos no próprio local.
“Como podemos criar ambientes atraentes para as pessoas de forma que criem um senso de identidade e pertencimento? Vai além da beleza. É sobre o bem-estar emocional das pessoas que vão curtir e viver naquele espaço”, afirmou o arquiteto Anfredo Munoz, que integra o projeto da Nüwa.
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Para que a possível futura cidade autossustentável em Marte se torne realidade, também será necessário viabilizar serviços regulares de ônibus espaciais que sejam capazes de dar conta da demanda, aproveitando uma janela de lançamento para o planeta vermelho a cada 26 meses. A passagem de ida para Nüwa daria direito a uma unidade residencial com tamanho entre 25 e 32 metros quadrados, além de acesso irrestrito aos serviços médicos e de alimentação, planejam os cientistas.
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Que maravilha! Quero ir!
Júlio Verne não previu isso, mas, certamente, se houvessem um pouco mais de pesquisas e novidades na época dele, ele teria escrito um livro.