No interior do Estado do Amazonas, o licenciamento de uma mineradora para extrair potássio promete tornar o Brasil um dos maiores produtores desse elemento no planeta — fertilizante vital para o agro nacional. Trata-se da mina do município de Autazes, que recebeu a licença ambiental do governo amazonense na última segunda-feira, 8.
De acordo com o ex-ministro da defesa Raul Jungmann, presidente Instituto Brasileiro de Mineração, o projeto suprirá 20% da demanda por potássio do agro do Brasil, quando estiver em pleno funcionamento. Atualmente o país importa o equivalente a 95% do consumo nacional.
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Segundo o governo amazonense, o projeto deve gerar 2,2 milhões de toneladas desse mineral por ano. A marca equivale a 11 vezes a produção nacional de potássio de 2023 e colocaria o país na sétima posição do ranking mundial de produtores, considerando as projeções do Departamento de Geologia dos Estados Unidos.
Além disso, o governo estadual estima que a operação da mina deve gerar 17 mil postos de trabalho, entre empregos diretos e indiretos. O número equivale a seis vezes a população empregada no município de Autazes, conforme os números oficiais.
Potássio Brasil
A empreitada da mina de Autazes ficará a cargo da Brasil Potash (Potássio Brasil, em tradução livre). O negócio é uma empreitada do setor privado — três fundos internacionais controlam 63,8% da companhia. São eles: CD Capital (30,7%), Sentient Equity Partners (20,9%) e Fobes & Manhattan Barbados (12,2%). Do restante, 12% estão nas mãos de investidores brasileiros e 24,2% com acionistas de outros países, sendo a maioria dos Estados Unidos.