O brasileiro infectado pelo coronavírus na África do Sul, que desembarcou em São Paulo no fim de semana, apresentou uma carga viral muito baixa, o que deve dificultar ou até mesmo impedir a identificação de qual variante foi responsável pela infecção.
A amostra chegou ao Instituto Adolfo Lutz, responsável por esse tipo de análise, no domingo 28. O resultado do sequenciamento deveria ficar pronto na quarta-feira 1º, mas ele pode ser inconclusivo, diante dessas dificuldades de identificação.
O passageiro brasileiro desembarcou no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP) no sábado 27, vindo da África do Sul. Ele viajou em um voo da Ethiopian Airlines, depois de ter apresentado um teste PCR negativo para a doença e estar assintomático quando chegou ao Brasil.
No aeroporto, o homem realizou outro teste, que deu positivo. A Anvisa, então, notificou imediatamente o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).
Na segunda-feira 29, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a variante Ômicron do coronavírus não deve causar pânico na população. “É uma variante de preocupação, mas não é uma variante de desespero”, disse o ministro. “Nós temos autoridades sanitárias comprometidas com a assistência de qualidade da nossa população.”
Pelo que se sabe até agora, apesar de aparentemente mais contagiosa, a nova cepa provoca sintomas leves da covid-19 na grande maioria dos casos. Na África do Sul, em geral, os infectados se queixaram de fadiga, dores musculares e de cabeça, tosse seca e irritação na garganta.
A variante foi descoberta por Angelique Coetzee, presidente da Associação Médica da África do Sul, que disse à agência de notícias France-Presse que grande parte dos pacientes atendidos está se recuperando bem e não precisou de internação.