O Ministério da Saúde recomenda que o dinheiro seja utilizado em ações de assistência, incluindo a abertura de leitos ou o custeio dos que já existem
Nesta terça-feira, dia 17, o Ministério da Saúde anunciou que vai repassar R$ 432 milhões aos Estados para contribuir no combate ao novo coronavírus. Outros recursos podem ser disponibilizados conforme a necessidade do enfrentamento da doença.
A pasta recomenda que o dinheiro seja utilizado em ações de assistência, incluindo a abertura de leitos ou o custeio dos que já existem, seja nos Estados, seja nos municípios. A distribuição do investimento é proporcional ao número de habitantes de cada Estado (R$ 2 por pessoa).
Ademais, o ministério inicia hoje mesmo a distribuição de 540 leitos de UTI para os 26 estados e o Distrito Federal — a quantidade é parte do pacote de contratação de 2 mil leitos de UTI, na preparação para assistência aos pacientes que apresentem gravidade nos casos da covid-19.
“Esse reforço na rede hospitalar do SUS prevê R$ 396 milhões para a locação das UTIs, e se todos os leitos forem utilizados serão R$ 260 milhões repassados para a manutenção do serviço por um período de seis meses. A medida é emergencial”, pontuou o secretário nacional de Atenção Especializada, Francisco Figueiredo.
Para que as unidades de terapia intensiva sejam instaladas, os Estados disponibilizam espaços físicos provisórios nos hospitais de referência informados no Plano de Contingência de cada um, além de garantir a equipe clínica para o atendimento.
“Até o fim do mês todos os 540 leitos de UTI estarão disponíveis e funcionando nos Estados. Os demais leitos ficarão disponíveis de acordo com a necessidade”, completou o secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo.
Leitos de UTI
O Brasil dispõe de 55.101 leitos de terapia intensiva. Desse total, 27.445 são do SUS, com taxa de ocupação média de 78%. A pasta já planeja ações para melhoria da utilização das unidades ociosas com medidas de gestão como giro de leito, otimização de recursos e de ocupação (adequando a escala de procedimentos que não sejam de emergência).
Atualmente, o tempo médio de permanência em leito intensivo na rede pública é de oito dias. O Ministério da Saúde também deve regulamentar leitos não ocupados da rede privada. Nas ações contra a covid-19, o ministério, que zerou a fila de pedidos de custeio de leitos de UTI no país em 2019, informou aos Estados que qualquer leito criado receberá recursos do governo federal.
Atendimentos
A grande maioria dos casos da covid-19 são mais leves, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e podem ser atendidos nos postos. Os hospitais devem ser procurados somente em casos de sintomas graves. Se o paciente tiver alguma dúvida sobre a sintomatologia, deve ligar antes para o número 136.
Nos hospitais, de acordo com a situação clínica de cada paciente, poderá ser indicada internação na UTI ou nos leitos de enfermaria (retaguarda). O paciente deve buscar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h somente em caso de sintoma grave; será atendido e, se houver indicação de internação, encaminhado para um hospital de referência.
Atualmente no Brasil são 64 hospitais de referência indicados pelos Estados. Foram escolhidos pelos gestores locais por terem ampla capacidade de atendimento com profissionais especializados em situações de risco à saúde pública.
Numa rede social, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a liberação dos recursos:
Todos juntos! Com a união dos Poderes Executivos, Legislativo, Judiciário e população, venceremos! Governo Federal libera mais R$432mi a estados p/reforçar ações contra o Covid19. Veja como gestores podem usar o recurso p/ proteger a saúde dos brasileiros. https://t.co/2HFacHX81C
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 17, 2020
(Com informações da Agência Brasil)