Ministério Público do Ceará instaurou procedimento para investigar a montagem e desmontagem da estrutura de um hospital de campanha que não chegou a ser usado
Na semana passada, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), anunciou a construção de dois hospitais de campanha nos municípios de Caucaia e Maracanaú, cada um com 40 leitos. Segundo o site oficial, o governo “segue reforçando seu sistema público de saúde para garantir atendimento às pessoas infectadas pelo novo coronavírus”. Até a tarde de hoje, o Estado registrava 27.578 casos confirmados e 1.837 mortes em decorrência da Covid-19
Nesta semana, uma reportagem do Jornal Jangadeiros mostrou o pátio onde havia sido erguida a estrutura para a construção do hospital de campanha da Vila União, em Fortaleza, completamente vazio. “O hospital de campanha que formaram aqui no Aurélio Câmara, no estacionamento, gigantesco, nunca foi usado, já tinham terminado e hoje eles estão desmontando”, relata um homem que registra o momento do desmonte, num vídeo que circulou nas redes sociais e compõe a reportagem.
Outra gravação mostra a parte interna da unidade, com leitos vazios e sem nenhum equipamento. “Em questão de 24 horas, acabou com tudo”, conta um morador. “Esse hospital não chegou a ser usado”, afirma outro. “Não vi nenhuma movimentação de paciente. É bem na frente da minha casa”.
A reportagem informa que, por nota, a Secretaria de Saúde do Estado justificou a retirada do hospital de campanha do bairro Vila União afirmando que “a estrutura anexa ao hospital infantil Albert Sabin vai ser transferida para o público adulto em outro local, ainda não especificado”. A apresentadora do telejornal afirma que foi solicitado à secretaria informações sobre quanto custou a montagem e a desmontagem da estrutura, mas não houve resposta. O Ministério Público do Ceará instaurou um procedimento para investigar o caso.
Em maio, uma reportagem da Oeste contou que a prefeitura de Fortaleza havia terceirizado a gestão do hospital de campanha montado no estádio Presidente Vargas. No contrato, assinado com a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), estava previsto o pagamento de R$ 46,4 milhões pela gestão de 204 leitos ambulatoriais (R$ 225,4 mil cada). Caso esses mesmos leitos fossem transformados em UTI, o valor poderia chegar a R$ 92,8 milhões — diárias entre R$ 1,9 mil e R$ 3,7 mil.
Nesta segunda-feira, 18, o governo do Ceará recebeu os 700 respiradores que comprou da China por R$ 82 milhões – ou R$ 117 mil cada. O preço de mercado dessas máquinas oscila entre R$ 58 mil e R$ 75 mil. “São equipamentos pra ampliar ainda mais os leitos de UTI para o atendimento à população”, disse Camilo Santana. “Nós estamos ainda numa curva crescente de casos no Ceará. Portanto, há um aumento da demanda do tratamento, principalmente dos pacientes mais graves. Já são quase 70% a mais de leitos de UTI abertos no Estado”.
O Ceará tem quatro hospitais de campanha em funcionamento e três em construção. Pelo menos com os leitos que estavam começando a ser montados em Vila União, os cearenses não poderão contar.
PT: mais desgraça = mais recurso pra roubar.
Nem se esforçam pra arrumar desculpas…qualquer coisa serve…tem certeza da impunidade e de que o povo é otário.
Ceará o estado da família Gomes que pretende um dia, que tomara que nunca chegue, administrar o Brasil , está morrendo lentamente.