Coordenadora dos testes com imunizante no Brasil afirma que utilização depende de análise prévia da eficácia do medicamento
A vacina em desenvolvimento pela Universidade de Oxford em parceria com a AztraZeneca e que teve cem milhões de doses compradas pelo Brasil pode ter o uso emergencial liberado ainda este ano, caso análises prévias realizadas no estudo comprovem sua eficácia.
A informação partiu da coordenadoras dos testes com o imunizante no Brasil, Lily Yin Weckx. Para ela, o contexto da pandemia faz com que a agilidade do processo seja maior.
O estudo completo da vacina, entretanto, só deve ficar pronto em junho do ano que vem.
A terceira e última fase de testes com a medicação já está em andamento e, no Brasil, ao menos 5 mil voluntários participam do experimento, sendo 2 mil em São Paulo.
“O que se espera é que, como temos vários centros estudando, com um grande número de pessoas sendo avaliadas, possamos fazer uma análise interina dos dados”, esclarece Lily. “Se essa análise mostrar que o resultado é muito positivo, é possível conseguir o licenciamento para uso emergencial”.
Segundo a médica, a pesquisa caminha bem e novos dados sobre a eficácia da vacina devem ser liberados em breve.
Nesta semana, idosos acima de 60 anos receberam autorização para participar do estudo de Oxford. Os voluntários também serão orientados a tomar uma segunda dose do imunizante, já que há potencial de produção de anticorpos com a segunda aplicação ocorrendo entre quatro e seis semanas depois da primeira injeção.
“Todas essas modificações vão de encontro à nossa realidade”, afirma a coordenadora. “A vacina, se for licenciada, se ela se mostrar eficaz, com certeza será priorizada para os grupos de risco, como profissionais de saúde e idosos. Cada vez mais o protocolo vai se aproximando da realidade que teremos”.