Em depoimento nesta quarta-feira, 4, à CPI da Covid no Senado, o tenente-coronel da reserva do Exército Marcelo Blanco, ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, afirmou aos parlamentares que participou de conversas sobre possível compra de vacinas contra a covid-19 porque pretendia viabilizar o envio dos imunizantes para empresas do setor privado.
Segundo investigações da comissão, Blanco participou de um jantar em que teria havido um pedido de propina para a compra de doses da vacina da AstraZeneca contra a covid-19.
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O jantar teria ocorrido no dia 25 de fevereiro deste ano em um restaurante de Brasília e foi revelado pelo cabo da Polícia Militar Luiz Paulo Dominguetti. De acordo com o policial, o pedido de propina teria sido feito por Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística da pasta, a quem Blanco era subordinado.
Dominguetti afirmou ainda que Dias teria condicionado a compra do imunizante ao pagamento de US$ 1 adicional por dose. Segundo essa versão, Blanco teria apresentado Dias a Dominguetti e presenciado toda a negociação.
“Dominguetti me procurou no início de fevereiro e em seguida começamos a trocar algumas mensagens. Da minha parte, eu sempre deixei muito claro. Ele dizia que também seria destinado ao meio privado, somente necessitando de uma liberação da AstraZeneca”, afirmou Blanco no depoimento.
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O coronel da reserva mostrou aos integrantes da CPI imagens de conversas que manteve pelo WhatsApp com o próprio Dominguetti. “Eu já começo a conversar com ele sobre a rede privada [mensagem do dia 9 de fevereiro]. Em função de a gente perceber, no meio privado, alguns interessados, eu perguntei a eles se eles poderiam vir a Brasília em uma reunião com interlocutores do meio privado”, afirmou Blanco.
Ainda segundo o ex-assessor da Saúde, seu objetivo “se restringia ao desenvolvimento de um possível mercado de vacinas para o segmento privado, assunto que estava em discussão pela sociedade civil por meio de interesse de grandes grupos econômicos brasileiros”.
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“Cabe salientar que eu nunca ajudei a elaboração de documentos apresentados pelas empresas e também não intermediei o envio de tais documentos junto ao Ministério da Saúde. Simplesmente orientamos a utilizar os meios oficiais, conforme pode ser constatado em conversa do dia 10 de fevereiro de 2021 com o senhor Dominguetti, da mesma forma como nunca acompanhei representante de qualquer empresa em visitas ao Ministério da Saúde ou a qualquer órgão público”, completou.
Depois de um bate-boca generalizado entre os senadores da tropa de choque da CPI e os aliados do presidente Jair Bolsonaro, a sessão em que Blanco presta depoimento foi temporariamente suspensa. Ele está falando aos senadores desde o período da manhã.
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Muita cara de pau desse corrupto, dizer que era para iniciativa privada e que nem podia na época e nem agora. Vagabundagem. Agora quero ver quem vai acreditar no conto da carochinha! E defende um ladrão! Em plena pandemia.
Só não fechou a corrupção por causa do servidor que negou liberar o pagamento antecipado.
Sugiro um processo não na justiça. Sugiro um processo de canonização dessa turma toda, começando pelo “Reverendo”. Pobres coitados. Santos sendo hostilizados. Que dó.