Depois dos ataques de vândalos contra a estátua de Borba Gato, em São Paulo, o deputado estadual Marcus Vinícius (RJ), líder do PTB na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), resolveu tomar uma medida preventiva para evitar episódios semelhantes na capital fluminense.
O parlamentar pediu reforço policial para a proteção da estátua da princesa Isabel — que promoveu a abolição da escravidão no Brasil ao assinar a Lei Áurea, em 1888 —, localizada no bairro de Copacabana. A solicitação do deputado foi motivada por um pedido apresentado pela Juventude Trabalhista Cristã Conservadora do Estado do Rio.
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Segundo a petição apresentada pelo deputado, à qual Oeste teve acesso (veja abaixo), o reforço policial é necessário diante de “diversos relatos em redes sociais de iminentes ataques ao referido monumento, tais como o ocorrido no monumento público ‘Borba Gato’, no Estado de São Paulo”.
“Recebi essa demanda da juventude. É uma preocupação crescente entre os conservadores. A preservação do nosso patrimônio histórico e cultural é uma das prioridades do nosso mandato”, afirmou o parlamentar a Oeste. “Sou de Petrópolis [RJ]. Por ser uma das cidades históricas do Brasil, ela nos convida a uma reflexão profunda sobre a importância do legado histórico nacional. Queremos fortemente impedir que tragédias como a do Museu Nacional se repitam”, completa Vinícius, referindo-se ao incêndio que destruiu grande parte do acervo do museu, em 2018.
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Borba Gato
O “crime” cometido pela estátua de Borba Gato, em São Paulo, foi representar o bandeirante paulista Manuel de Borba Gato. Os bandeirantes — entre os quais Raposo Tavares, Fernão Dias, Cardoso de Almeida, Anhanguera e outros vários nomes que batizam ruas e rodovias paulistas — foram responsáveis por desbravar o interior do Estado e são acusados de escravizar povos indígenas durante essas incursões.
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Como Oeste informou no início de agosto, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo revogou a prisão preventiva dos vândalos que incendiaram a estátua de Borba Gato. Segundo o juiz Eduardo Pereira Santos Júnior, não existiam elementos para manter a detenção de Paulo Roberto da Silva Lima, o Galo, Danilo Silva de Oliveira, o Biu, e Thiago Vieira Zem, motorista responsável por levar material inflamável até o local da ação criminosa.
Apagamento da história
Em junho de 2020, Oeste publicou uma reportagem sobre os ataques a estátuas e monumentos pelo mundo organizados pelos grupos Black Lives Matter e Antifas. Naquele mês, os amantes do cinema, da arte e da liberdade também foram surpreendidos com a notícia de que …E o Vento Levou, considerado há 80 anos um dos maiores filmes da história, havia sido retirado do catálogo da HBO Max por ser qualificado de racista.
Como escreveu J. R. Guzzo em um artigo publicado na Revista Oeste, “coragem não é enfrentar com risco de vida, como Churchill, a Alemanha nazista e invencível. É censurar …E o Vento Levou”. Ou destruir estátuas. Princesa Isabel que se cuide.
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A que ponto chegamos !!!! Enquanto as leis forem fracas ,esse tipo de conduta jamais será coibido
Só faltava a libertadora.
Armem se, preparem se e atirem pra matar…