O cineasta pernambucano Josias Teófilo, de 34 anos, lançou na noite de segunda-feira 20 seu novo documentário, Nem Tudo Se Desfaz, em uma sessão de pré-estreia no Cine Petra Belas Artes, em São Paulo.
O filme faz uma conexão entre alguns dos episódios mais importantes do país nos últimos anos, traçando um paralelo entre as Jornadas de Junho de 2013, o impeachment de Dilma Rousseff, a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva e a vitória de Jair Bolsonaro nas urnas, em 2018.
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O evento, que teve duas sessões de exibição praticamente lotadas, foi prestigiado por nomes como as deputadas federais Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF); a atriz e ex-secretária especial da Cultura Regina Duarte; o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ), conhecido como Hélio Negão; o delegado Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten; o ex-secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo Filipe Sabará, entre outras lideranças do campo conservador e personalidades ligadas à direita no espectro político.
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Antes do início da sessão de pré-estreia, Josias Teófilo fez críticas à política cultural do atual governo e defendeu as leis de incentivo à cultura. O documentário foi realizado por meio de financiamento misto, com isenção fiscal (via Lei do Audiovisual) e crowdfunding.
“Nós estamos no dia 20 de setembro e ainda não saiu a programação do bicentenário da Independência. A Cinemateca ficou um ano sem uma empresa para administrá-la. Só abriram o edital quando a Cinemateca pegou fogo. Chegou a hora deste governo dar o devido valor à cultura”, afirmou o cineasta, arrancando aplausos da plateia.
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Segundo Teófilo, “a Lei Rouanet e a Lei do Audiovisual são excelentes” e devem ser preservadas. “O presidente felizmente desistiu de acabar com a Lei Rouanet. Em todo país do mundo, cinema se faz com incentivo fiscal. Este governo precisa parar de dizer que incentivo é mamata, é coisa de vagabundo. Aqui não tem nenhum vagabundo”, desabafou.
“Ela [Lei Rouanet] não foi criada pela esquerda. Foi criada pelo Sérgio Paulo Rouanet [secretário da Cultura no governo Collor], que era odiado pela esquerda. Não existe cinema no Brasil sem as leis de incentivo. Isso é importantíssimo para a produção e a cultura”, afirmou o cineasta.
“Você prefere dar incentivo fiscal para financiar a Osesp [Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo] e as obras do Theatro Municipal de São Paulo ou dar o dinheiro para a lagosta do STF [Supremo Tribunal Federal]? Isenção fiscal existe no mundo inteiro.”
Em entrevista a Oeste publicada em abril, Teófilo já havia criticado a gestão da cultura pelo governo do presidente Jair Bolsonaro e destacado a importância das leis de incentivo para o setor no Brasil. Na ocasião, ele disse: “As leis, em si, são boas. O problema é que elas foram muito mal utilizadas durante os governos anteriores. Foram muitos desmandos que aconteceram”. Na entrevista, o cineasta afirmou ainda que “não há uma política cultural no governo”.
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Entender o que aconteceu
Pouco antes da exibição do filme na noite de ontem, Josias Teófilo afirmou que a intenção de Nem Tudo Se Desfaz é relatar o processo político deflagrado no Brasil sob a ótica do movimento de massas — e a partir das manifestações que tomaram as ruas do país em 2013.
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“Existe um vício da retórica, tanto no cinema quanto na internet. As pessoas estão obcecadas por tentar convencer umas às outras”, lamenta Teófilo. “Este filme é uma tentativa de dizer: ‘Calma, vamos ver o que aconteceu’. Nós queremos entender o que aconteceu, não precisa tomar partido.”
Ainda nesta semana, Nem Tudo Se Desfaz será exibido no Estação Net Botafogo, no Rio de Janeiro, nos dias 22 e 23. Também há datas confirmadas em Porto Alegre (27/9), Belém (28/9), Recife (30/9), Blumenau (4/10) e Belo Horizonte (6/10).
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Então o monte de escândalos que foram descobertos com vários “artistas” famosos lacradores e sugadores de mamatas com dinheiro público não valem de nada? Sei ….
Entendam, vencemos uma votação para Presidente em 2018.
Vocês perderam!
E nem seus juízes fabricados vão mudar isso.
mais um desmamado , segue o jogo !
Quanto mais autoritário o regime, maior sua preocupação em conter obras, patrimônios, instituições e artistas capazes de afrontar o status quo. Durante a ascensão do nazismo na Alemanha, Hitler promoveu eventos públicos para a Bücherverbrennung – queima de livros que destoavam da “pureza” cultural pretendida.
A descontinuidade das políticas públicas, a instabilidade institucional e o corte de verbas não foram os únicos métodos usados pelo governo para atingir as produções audiovisuais. A atuação direta de censura também foi praticada pelo governo federal. Em agosto, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) suspendeu um edital para séries que seriam exibidas na TV pública, cujos projetos pré-selecionados incluíam temáticas raciais e LGBTs. Durante uma live em sua rede social, Bolsonaro assumiu sua intervenção direta na agência e a censura praticada às obras.
pare de roubar o trabalhador para sustentar vagabundos!
Não gostei, caiu no meu conceito. Cultura se faz com paixão, pra desagradar msm, não com 30 denaros.
Lei Rouanet é o roubo legalizado, retira dinheiro da saúde, segurança e soca no rabo de artista rico vagabundo, maconheiro, esquerdista e que ainda por cima de tudo ficam ostentando em Fernando de Noronha luxos as custas do povo brasileiro!
Não entendi, faz críticas a política cultural do atual governo e veio cercado de lideranças do governo Bolsonaro. Qual governo ele critica, o do Bolsonaro ou do Dória?
Qual a interpretação da revista oeste dessa fala do cineasta?
Este cineastra é lacrador? Qual a relação dos recursos repassados a cultura (governo federal) e as lagostas do STF (orçamento do STF)? Cada coisa viu!
É isso… Meu pirão primeiro.
Estava demorando para esse aí vir dizer a que veio: —>> QUEREMOS GRANA PÚBLICA.
Haja impostos e + impostos para sustentar servidores públicos e suas mordomias, “artistas” e tantos mais dependurados nas tetas estatais… Essa conta jamais fechará e a dívida pública -porque a arrecadação normal é insuficiente para tanto- vai aos cornos da lua.
Meu caro cineasta! Se você, até agora, esta querendo entender o que aconteceu, não vai entender nunca, de uma lida no que o Sergio Jobim Dutra, escreveu, ai em cima, que é a pura verdade, talvez você comesse a entender.
Cada centavo repassado para “artistas” é dinheiro ROUBADO do povo. “Cultura” financiada por governos é pura doutrinação, é propaganda.