O ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, afirmou na terça-feira 6 que o Itamaraty deve intermediar a transferência de tecnologia necessária para tirar do papel o projeto aprovado pelo Senado que autoriza fábricas de imunizantes veterinários a produzirem vacinas contra a covid-19 (leia aqui a íntegra).
A proposta é de autoria do senador Wellington Fagundes (PL-MT). Segundo ele, as empresas do agro têm capacidade para produzir, em 90 dias, cerca de 400 milhões de doses de vacinas. As companhias se comprometeriam a interromper, temporariamente, suas linhas regulares de produção para se dedicar exclusivamente à imunização contra a covid-19. Como Oeste noticiou em reportagem publicada em abril, para isso são necessárias duas condições: a aprovação da Anvisa e a transferência de tecnologia para produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA).
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O compromisso do Itamaraty com o projeto das “vacinas do agro” foi dado durante uma audiência envolvendo França e Fagundes. O ministro usou a expressão “diplomacia da saúde” para classificar os esforços da pasta no sentido de viabilizar a proposta.
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“Essa é uma das prioridades do presidente [Jair] Bolsonaro, e a ideia é que nossa rede de postos no exterior, as embaixadas e os consulados, possam auxiliar o Brasil na capacitação e na transferência de tecnologia para produção de vacinas contra a covid-19 aqui no nosso país”, afirmou França.
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Tratativas semelhantes ocorreram no início de junho, quando a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) firmou contrato de transferência de tecnologia com a AstraZeneca para a produção 100% nacional da vacina contra a covid-19.
“As fábricas já têm tecnologia e biossegurança suficientes para produzir essas vacinas e aguardam a matéria-prima patenteada para iniciar o processo de replicação independente. É um processo muito semelhante ao de produção de vacinas como a da febre aftosa, por exemplo”, explicou o senador.
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